A Polícia Civil do Distrito Federal prendeu nesta segunda-feira (16) um homem de 60 anos suspeito de ter abusado de sua enteada, de 17 , durante oito anos. Ela relatou o caso a uma professora por meio de uma carta.

Segundo a delegada-chefe da Delegacia de Proteção a Criança e ao Adolescente (DPCA), Valéria Martirena, a adolescente contou na carta que desde os nove anos sofria abusos em casa e no carro, no caminho da escola para sua residência, no Riacho Fundo II, a 20 quilômetros do centro de Brasília.

“O abusador pedia para ela manter a porta aberta de madrugada e, como era taxista, buscava ela na escola algumas vezes por semana. Como ele viu que não conseguiria satisfazer seus desejos sexuais por meio do convencimento, passou a agredi-la e ameaçar fazer algum mal a ela ou à sua mãe”, disse Valéria.

A delegada afirmou que a vítima prestou depoimento e fez um exame no Instituto Médico Legal (IML), que confirmou a ocorrência de ato libidinoso. Apesar dos indícios, a mãe e os irmãos da jovem, que viviam na mesma casa que ela e o padrasto, não acreditam na versão da adolescente.

“Por esse motivo ela está [morando] com a tia. A mãe não acredita. Ela acha que foi outra pessoa, um suposto namorado, que também foi ouvido e negou ter praticado qualquer ato com a menina”, disse a delegada.

Valéria destacou o papel da professora no caso, que recebeu a denúncia da aluna e encaminhou ao Conselho Tutelar. “O que a gente gostaria de ressaltar é a importância da professora nesse contexto. Quando a vítima não encontra apoio da família, geralmente ela busca os professores. A gente pede para que eles denunciem”, disse.

De acordo com a delegada, o suspeito ficará preso por, pelo menos, 30 dias, período determinado no mandado de prisão temporária. Neste período ela espera concluir o inquérito. O homem deve ser indiciado por estupro qualificado pela condição de padrasto, com pena de oito a doze anos.