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Notícias / Educação

Alunos de Gemologia vão à 'caça' do quartzo rutilado

Da Assessoria/Metamat

A aula de campo na região de Nossa Senhora do Livramento (42 km, ao sul de Cuiabá) aguçou os olhares da turma do curso de Gemologia. O cenário de garimpo era familiar para a maioria formada de geólogos. A curiosidade, porém, era peculiar na descoberta da mais bonita e maior pedra de quartzo rutilado ou pedra cabelo, como alguns a denominam. Os conhecimentos adquiridos, sobre as diversas espécies de pedras observadas, serão utilizados nas aulas especificas de gemologia que começam na quarta-feira (18.01), no Núcleo de Lapidação de Pedras Coradas da Metamat, em Cuiabá.

Recepcionados na manhã de segunda-feira (16.01) pelos geólogos Bruno Vasconcelos e Douglas Boschette, na Fazenda Peroba, o assunto tomou logo uma direção: os veios concordantes NE (Nordeste) e discordantes NW ou NO (Noroeste), que são estruturas geológicas comuns da Faixa de Dobramentos Paraguai-Araguaia, onde se localiza tectonicamente a área visitada.

Segundo Bruno, quanto mais profundo o solo, há menos resfriamento, portanto as pedras são maiores. Enquanto que na superfície, devido o calor, as encontradas são menores.

Em uma das direções, seguindo o eixo Nordeste, onde estão os veios concordantes, os quais normalmente possuem cristais com as maiores dimensões e é mais comum a ocorrência dos rutilados, a extração representava uma das mais fundas no local até o momento, com aproximadamente 15m de profundidade, onde o veio foi encontrado. “Como a ocorrência do quartzo rutilado está ligada a ocorrência de óxidos de titânio, possivelmente as rochas da região possuíam maior enriquecimento nesse elemento na época da gênese dos veios. Fato ocorrido localmente, caso contrario todos os veios da faixa de dobramentos teriam que ser rutilados”, explicou.

Seguindo entre um olhar e outro, muitos passos e diversas cavoucadas, as pedras eram encontradas para alegria geral da turma e recebiam atenção dos profissionais. “A fase do ouro, do diamante fácil acabou. Hoje existe esse potencial para empresa com tradição na mineração, porque despende recursos. As pedras coradas, a exemplo do quartzo rutilado, ainda oferece condições para o pequeno começar o seu negócio no setor mineral, pelo pouco investimento”, relatou o geólogo da Metamat e coordenador do Núcleo de Lapidação, Wanderlei Magalhães.

Outra ideia, de acordo com Wanderlei, é o aproveitamento do Estado no contexto mundial, com a Copa do Mundo. “Assim como o diamante e o ouro, o advento das pedras também passa. Os interessados devem aproveitar bem, o solo não dá duas colheitas, isso porque onde se tira não se põe”, explicou.

As pedras observadas em campo com condições de serem lapidadas e atender o mercado de joalheria são diversificadas. Entre elas, predominância do quartzo, sendo o leitoso, hialino, fumê, rutilado e o turmalinado, a lodolita e outras.

Sobre Mineralogia os 27 alunos já adquiriram conhecimentos nas aulas anteriores. Agora é hora de aprofundar sobre as gemas. Afinal, “atestar uma pedra e emitir o laudo não é tarefa para qualquer pessoa”, garante a geóloga Flávia Regina Pereira Santos. Ela é umas das cinco mulheres que completam a turma.

GEMÓLOGO X MERCADO

Trata-se do primeiro Curso de Gemologia no Estado. A iniciativa teve início dia 09 e vai até 27 de janeiro, com o objetivo de atender o mercado, uma vez que não tem profissionais da área para emitir o laudo das pedras na hora de enviar o produto para exterior. Mas a capacitação é apenas uma etapa, a próxima diz respeito aos equipamentos. Um kit básico para atestar as gemas custa em torno de U$$ 5 e 7 mil dólares. “Os alunos estarão aptos para atuarem no mercado de trabalho, terão condições para emitir o laudo. A Universidade Federal do Estado de Mato Grosso (UFMT) e a Metamat estão se esforçando para colocar os equipamentos a disposição”, informou Charles Pantoja Esteves, um dos coordenadores do Curso.

O conteúdo do Curso proporcionará ao aluno, conhecimentos teóricos e técnicos para identificação dos diferentes tipos de gemas; capacitar para a utilização dos métodos não destrutivos de análise e identificação das gemas e dos diversos aparelhos de uso gemológico, permitindo que possam diferenciar e identificar tipos de materiais gemológicos.

A ação é realizada pela Metamat, que é vinculada a Secretaria de Indústria, Comércio, Minas e Energia (Sicme), com apoio da Associação dos Geólogos do Estado de Mato Grosso (Agemat), da MT Broker Treinamento Empresarial e outros órgãos.

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