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Notícias / Meio Ambiente

Governo admite descumprimento do prazo de recuperação

Da Redação - Renê Dióz

A Secretaria Estadual de Meio Ambiente (Sema) admitiu o descumprimento de prazos para parte dos trabalhos de recuperação da baía de Chacororé, a terceira maior do Pantanal, que sofre com a desoxigenação e pouca circulação de peixes desde a estiagem incomum verificada na região em 2010.

O governo havia se comprometido, por meio de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) assinado com o Ministério Público, a reconstruir as barragens que mantinham o nível das águas em Chacororé e a desobstruir os canais (corixos) que deságuam na baía.

O fechamento dos corixos, por aterramento, feito para construção de estradas ou pelos ribeirinhos e a depredação das barragens, feita por alguns pescadores para ajudar a concentrar o pescado, haviam sido apontados como causas para a seca sem precedentes verificada em agosto de 2010.

De acordo com o TAC, a Sema deveria realizar a recuperação até o fim de 2011, mas o prazo foi descumprido, segundo denunciou ao Olhar Direto na semana passada o engenheiro sanitário Rubem Mauro de Palma, que tem residência nas proximidades de Chacororé e que foi o primeiro a denunciar a delicada situação ambiental verificada na baía.

O engenheiro e analista ambiental Rafael Teodoro de Melo, que acompanha o caso representando a Sema, admite que ainda falta ao Estado cumprir com a desobstrução total do rio Chacororé, que deságua na baía, e dos corixos Luiggi e Do Robson.

No rio Chacororé, segundo o engenheiro, uma manilha foi instalada e ainda falta desaterrar o curso d’água em três pontos. A manilha também precisa ser aprofundada em torno de quatro metros e receber revestimento com material mais resistente. Já no córrego Luiggi, a Sema ainda não construiu uma ponte prevista no termo de compromisso.

Por sua vez, no corixo do Robson há dificuldade para se desaterrar três pontos devido ao nível anormal das águas, dois metros acima do esperado. A expectativa é que essas desobstruções aconteçam até setembro ou outubro, mas Melo afirma que a maior parte do trabalho da Sema já foi feita e que, embora a circulação de peixes não tenha sido retomada, a baía segue em seu ritmo de recuperação natural.

“É muito pequeno o prejuízo ambiental”, assegura.

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