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Ministro anuncia R$ 6,4 milhões para tratar usuários de drogas em SP

G1

O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, anunciou nesta quarta-feira (18), durante a primeira visita à capital paulista após o início da operação na Cracolândia, investimento de R$ 6,4 milhões para programas de tratamento de dependentes químicos. Segundo ele, R$ 3,2 milhões já estavam previstos, desde dezembro, para serem repassados nos seis primeiros meses deste ano. Ele visitou durante a manhã uma unidade para acolhimento e tratamento de usuários de droga que é construída na Rua Prates.

Por volta das 10h, o ministro esteve no Atendimento Médico Ambulatorial (AMA) da Sé e em duas unidades do Centro de Atenção Psicossocial (Caps) no Centro. Ele anunciou ainda que 16 equipes de saúde que atuam em São Paulo vão ser treinadas para se tornar “consultórios de rua”, projeto do governo federal que busca oferecer cuidados de saúde ao usuário de drogas no próprio espaço da via pública. “Temos um casamento dos modelos [da Prefeitura e do sugerido pelo governo federal]”, afirmou o ministro.

O ministro também afirmou que o governo estuda com o município fazer com que algumas unidades do Caps funcionem 24 horas. Padilha anunciou que estrutura de saúde da unidade na Rua Prates e o Caps no Jardim Ângela já foram escolhidas para funcionar dia e noite.

A Operação Centro Legal, na região da Cracolândia, teve início em 3 de janeiro. Balanço divulgado pela PM informa que até as 11h desta quarta já haviam sido realizadas 6.242 abordagens na região. No total, foram 157 pessoas detidas, sendo que 43 eram procuradas pela Justiça. No total, foram quase 62 kg de drogas apreendidos, sendo 15,1 kg de cocaína; 43,3 kg de maconha e 3,3 kg de crack.

Padilha anunciou ainda a criação de dez residências terapêuticas em São Paulo até março deste ano. As estruturas são consideradas a última etapa do tratamento de dependentes químicos. Nelas, os usuários em recuperação partem para a reinserção social. Eles ficam abrigados para se restabelecer, podendo iniciar a procura por emprego, por exemplo.

O ministro afirmou que o governo federal apoia a ampliação da rede de acolhimento dos dependentes e que os investimentos permitirão a abertura de 100 a 150 leitos novos para tratamento.

Segundo o secretário de Saúde da capital, Januario Montane, do total de R$ 6,4 milhões anunciados pelo governo federal, metade já foi liberada. Dos R$ 3,2 milhões, cerca de R$ 1,6 milhão será destinado aos consultórios de rua e o restante às residências terapêuticas.

Prerrogativa constitucional
O ministro afirmou que o governo federal não sabia da deflagração da operação na Cracolândia. “O governo não tinha informação nem precisava ter. Tem uma série de ações de repressão, que diariamente devem ser feitas, que não precisa informar o governo federal. Padilha afirmou que “tem prerrogativa constitucional do estado e do município de fazer um conjunto de ações”. “As ações da área da saúde, que construímos desde dezembro, sempre fizemos de forma coordenada”, garantiu. Ele enfatizou, porém, a disposição do governo de colaborar com esse esforço.

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