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Marcelinho Paraíba acusa delegado de ocultar provas e alega inocência

Globo Esporte

O jogador Marcelinho Paraíba quebrou o silêncio e falou nesta terça-feira sobre o seu indiciamento por estupro, confirmado na semana passada pela delegada Herta de França. Marcelinho se disse tranquilo e reafirmou que é inocente. Segundo o meia do Sport Recife, ele se deita “consciente de sua inocência” quando vai dormir à noite, certo de que será absolvido ao fim de todo o processo.

Marcelinho declarou ainda que, como foi preso no dia de toda a confusão, o indiciamento não chega a ser uma surpresa, e que ele já estava esperando uma decisão parecida por parte da delegada. Ele, contudo, acredita que sairá sem imagem manchada de todo este incidente.

- Tenho certeza de que sou inocente. O processo vai correr normalmente, e no fim serei inocentado. Estou certo disso – resumiu.

As declarações do jogador foram dadas em frente à 7ª Delegacia Distrital de Campina Grande. O jogador foi até o local para depor num outro processo, um desdobramento do principal, em que o delegado de Polícia Civil Rodrigo Pinheiro, irmão da advogada Rosália Zabatos de Abreu, suposta vítima do jogador, é acusado de efetuar disparos de arma de fogo dentro do sítio de Marcelinho.

O meia do Sport Recife entrou na delegacia na condição de testemunha, sem se dirigir à imprensa, mas na saída falou com jornalistas pela primeira vez após ser indiciado. Após se dizer inocente, ele reafirmou o que seu advogado, Afonso Vilar, já tinha antecipado ontem (segunda-feira).

Rodrigo Pinheiro, após sair da festa na casa do jogador, teria voltado “transtornado”. O delegado, “alterado e armado”, teria agredido verbalmente o atleta e efetuado em seguida disparos para o alto. Marcelinho diz ser vítima de uma armação e que o verdadeiro réu no caso, culpado por toda a confusão, seria o irmão da mulher que ele teria agredido.

Marcelinho, em seguida, acusou formalmente o delegado de ter tentado obstruir o trabalho da Justiça, ao trocar as armas com o objetivo de ocultar provas e atrapalhar as investigações.

- O delegado chegou em meu sítio com duas armas. Ele atirou para o alto com uma pistola, mas após ser abordado pela polícia entregou para ser periciado um revólver calibre 38. Ou seja, ele atirou com uma arma e entregou outra para tentar escapar do flagrante – defendeu o atleta.

O depoimento em questão deveria ter sido realizado na segunda-feira, mas o adiamento do jogo do Sport contra o Petrolina, de domingo para ontem (por causa da forte chuva que caiu na capital pernambucana) forçou a mudança de data. Marcelinho, inclusive, entrou em campo e marcou um dos gols da vitória do Leão da Ilha por 2 a 1.

Marcelinho Paraíba levou mais três testemunhas. Amigos que estariam na festa e que confirmariam a “ação violenta” do delegado dentro do sítio do jogador. Ele, no entanto, foi o primeiro a depor e não esperou os demais. Saiu da delegacia logo depois de seu depoimento, falou com a imprensa e voltou para o Recife, onde se reapresentará ao Sport.

Entenda o caso

Marcelinho Paraíba foi preso no dia 30 de novembro de 2011 ao lado de mais três amigos: João Crivaldo da Silva, Leandro Silva e Wellington Porto da Silva. Além da acusação de estupro que pesa contra ele, os quatro ainda foram enquadrados por desacato à autoridade policial e resistência à prisão.

O grupo participava de uma festa em Campina Grande, terra natal do jogador, para comemorar a boa campanha de Marcelinho Paraíba na Série B de 2011. Ele marcou 12 gols pelo Sport e foi peça determinante para o acesso do clube à Série A.

Por volta das 4h30m, Marcelinho teria tentado beijar a força a vítima. Ela é irmã do também delegado de Polícia Civil Rodrigo Pinheiro, que agora está sendo acusado de efetuar disparos no interior do sítio do atleta. Os advogados do jogador até confirmam a tentativa de beijo, mas disseram que o atleta não passou disso.

No dia da confusão, Rodrigo Pinheiro foi quem chamou a polícia e formulou a acusação. Mas ele acabou sendo acusado de ter feito os tais disparos. Depois, ainda foi afastado de suas funções como delegado por ter ameaçado agredir jornalistas que tentavam entrevistá-lo.

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