O sucesso de livros e filmes como "O Código Da Vinci" e "Anjos e Demônios" deveria fazer com que a Igreja católica revisse a maneira como usa os meios de comunicação para veicular sua imagem, escreveu o jornal "L'Osservatore Romano" nesta quarta-feira.

O jornal Vaticano publicou dois editoriais sobre a pré-estreia do filme "Anjos e Demônios" na última segunda-feira (4) em Roma. Os textos não criticavam nem elogiavam o filme, mas reunia comentários positivos e negativos.

Um dos editoriais descreveu o filme como "efêmero", mas disse que o trabalho de câmera era excelente. Para o jornal, "Anjos e Demônios" é pretensioso, mas elogiou a direção "dinâmica e envolvente" de Ron Howard.

Em outro texto, a publicação afirma que a Igreja deveria perguntar a si mesma o motivo pelo qual uma visão "simplista e parcial" da instituição retratada nos livros de Dan Brown faz tanto sucesso, até mesmo entre os católicos.

"Provavelmente seria um exagero considerar os livros de Dan Brown um sinal de alarme, mas talvez devesse ser um estímulo para repensar e renovar a forma como a Igreja utiliza os meios de comunicações para se manifestar em questões atuais importantes", escreveu.

Em "Anjos e Demônios", o simbologista Robert Langdon (interpretado por Tom Hanks) retorna aos cinemas para investigar o caso de cardeais sequestrados cujas vidas estão ameaçadas.

Ele também precisa impedir que a explosão de uma bomba seguindo pistas ligadas a uma sociedade secreta chamada Illuminati.

Ao contrário da sua posição na época do lançamento de "O Código Da Vinci", o Vaticano permaneceu em silêncio sobre "Anjos e Demônios".

"O Código Da Vinci" desagradou ao Vaticano e a alguns católicos devido à sua trama, que envolvia o casamento de Jesus e Maria Madalena e seus filhos, criando uma linhagem real que os oficias da Igreja esconderam por séculos.

Howard acusou o Vaticano de tentar sabotar as filmagens em Roma de "Anjos e Demônios", que teve que recriar cenários do Vaticano e de algumas igrejas romanas em Los Angeles.