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BC já vendeu os dólares comprados durante a crise

Folha Online

O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, disse hoje que a instituição está com uma posição neutra no mercado futuro de câmbio, devido às operações realizadas nos últimos dias para evitar uma forte queda do dólar. Segundo Meirelles, somente ontem, o BC comprou US$ 3,7 bilhões em contratos de câmbio nesse mercado.

Os contratos de dólar no mercado futuro são utilizados pelo BC para reforçar a sua atuação, nem que seja necessário mexer no dinheiro das reserva internacionais. Quando o dólar está subindo, o BC oferece ao mercado contrato no qual ele paga ao investidor a variação do dólar e recebe em troca uma taxa de juros. Quando o dólar cai, o BC faz o contrário, paga juros e recebe a variação do dólar. Com isso, o BC atrai os investidores para este tipo de operação, retirando os mesmo do mercado de dólar.

"O resultado hoje do BC é aproximadamente de equilíbrio. Com algumas operações que já fizemos, finalmente a de ontem, de US$ 3,7 bilhões, o BC zerou a sua posição no mercado futuro", disse Meirelles durante palestra realizada pela CNI (Confederação Nacional da Indústria).

"Isso mostra uma mudança nos fluxos, que permitiu ao Banco Central equilibrar a sua posição. O Brasil é um dois poucos países que está tendo essa possibilidade", afirmou Meirelles.

No começo da crise, o BC tinha comprado US$ 22 bilhões no mercado futuro. Nos últimos meses, a instituição chegou a "vender" em contratos de dólar no valor de US$ 33 bilhões. Com isso, ficou "vendida" em US$ 11 bilhões. Este é o valor utilizado nas últimas semanas para segurar a queda do dólar.

Outras operações

Desde a piora da crise, o BC já vendeu US$ 14,5 bilhões em dólares das reservas internacionais, que hoje somam cerca de US$ 205 bilhões, no mercado de dólar à vista.

"Já paramos de vender no mercado à vista há muitas semanas. A razão disso foi uma normalização nesses mercados e uma melhora no fluxo", disse Meirelles.

Também foram "emprestados" US$ 24,5 bilhões em leilões de dólares --exportações, importações e outros direcionamentos. Nesse caso, US$ 12,9 bilhões já voltaram para as reservas, o que resulta em um empréstimo líquido de US$ 11,6 bilhões nessa modalidade.
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