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Familiares pedem ajuda para trazer corpos de goianos mortos nos EUA

G1

Para trazer de volta ao Brasil os corpos dos goianos mortos na Flórida, nos Estados Unidos, a família pediu ajuda nesta segunda-feira (30) ao governo de Goiás e a fiéis da igreja da qual as vítimas faziam parte. "Cada traslado custa em média US$ 8.900 (cerca de R$ 17 mil). Como são cinco pessoas, nós não temos condições", diz a dona de casa Wandair do Carmo Farias, que perdeu dois irmãos, duas cunhadas e uma sobrinha na tragédia.

Acompanhada de um cunhado e sobrinhos, ela se reuniu na tarde desta segunda com o secretário estadual de Assuntos Internacionais, Elie Chidiac. O secretário garantiu o apoio financeiro de R$ 35 mil, por meio do Fundo de Amparo a Goianos Vitimados no Exterior.

Chidiac ofereceu duas opções à família. Segundo ele, em caso de cremação, o governo arca integralmente com a repatriação das cinzas, que custa em média R$ 7 mil para cada corpo. Caso os parentes prefiram trazer o corpo, devem arcar com a diferença.

A família prefere a segunda opção. O custo total ficará em torno de R$ 85 mil. Com a juda de R$ 35 mil do governo, precisará ainda de R$ 50 mil. "Não queremos a cremação, mas tudo depende do que vamos conseguir arrecadar", disse Wandair.

Arrecadação
Wandair diz que membros da igreja evangélica Ministério Internacional da Restauração em Atlanta, na Geórgia, se mobilizaram para conseguir fundos e ajudar no traslado. Duas das vítimas, José Francisco do Carmo Júnior, 47 anos, e a mulher, Adriana Ferreira Souza do Carmo, 39 anos, eram pastores da congregação.

Uma das filhas do casal, Letícia do Carmo, 17 anos, também morreu no acidente. A outra, Lidiane, 15 anos, está internada na UTI do hospital Shands at the University of Flórida. Por telefone, o tio dela, Fábio de Souza, disse ao G1 que, apesar do estado grave, a adolescente tem apresentado melhoras. Ele mora na Georgia e ficou responsável pelo reconhecimento dos corpos da irmã Adriana, assim como dos demais familiares, além de acompanhar a sobrinha no hospital.

Também morreram no acidente outro irmão de Wandair, o caminhoneiro Edson José do Carmo, 38 anos, e sua esposa, Roselia Fagundes, 40 anos. Edson deixou dois filhos do primeiro casamento, que moram com a ex-mulher dele, nos Estados Unidos.

A família vivia há 15 anos no exterior. De acordo com a irmã Wandair, José Júnior foi o primeiro a se mudar de país, em busca de uma vida melhor. Edson viajou logo em seguida, e desde então não voltaram mais ao Brasil.

Wandair conta que os pais tiveram que receber atendimento médico após saberem da morte dos filhos. Eles moram em Luziânia e, muito abalados, não tiveram condições de ir a Goiânia para encontrar o secretário de Assuntos Internacionais.

A vinda dos corpos dos goianos deve demorar de 15 a 20 dias, segundo o secretário Elie Chidiac. Ele explica que, além do reconhecimento das vítimas e necropsia, é preciso aguardar a liberação da verba do governo, para só então providenciar o embarque.

Acidente
Na madrugada desta segunda-feira (30), após uma conferência, membros da igreja Ministério Internacional da Restauração, entre eles a família de brasileiros, seguiam em duas minivans da Flórida para Atlanta, cidade onde moravam (capital da Geórgia). Os dois veículos se envolveram em um acidente com pelo menos mais dois caminhões e 10 carros de passeio. O engavetamento deixou 10 pessoas mortas e 18 feridas.

Segundo autoridades locais, o engavetamento pode ter sido provocado pela falta de visibilidade na via. Familiares reclamam que a autoestrada estava tomada de neblina e fumaça, e dentro da neblina havia um acidente entre dois caminhões.
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