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Bush critica governo Obama em evento de concessionários nos EUA

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Sob aplausos e gritos entusiasmados, o ex-presidente dos Estados Unidos George W. Bush entrou no palco do grande auditório do Las Vegas Convention Center para dar seu recado republicano a uma platéia bem influente no país, o donos das 16,5 mil concessionárias que abastecem o mercado norte-americano com carros novos. Bush, em discurso que mais parecia um show de stand up commedy, criticou Obama, ironizou Clinton e defendeu a intervenção dos Estados Unidos diretamente na política dos outros países, um velho hábito de seu governo.

O político participou do encerramento do Congresso da NADA, associação que representa a rede de distribuição de carros norte-americana, preparando o palanque republicano para mais um ano eleitoral. Mostrando nítido apoio a Bush, a NADA relembrou a guerra do Afeganistão, o 11 de setembro e a resposta de George W. Bush contra o "terrorismo". À vontade com a calorosa recepção e com pose de comediante à la "Steve Martin", Bush reforçou que a crise não derrubou o país, que continua a ser líder mundial.

"Ainda temos muita força. Somos líder mundial, mas isso requer políticas decentes", alfineta o republicano. Segundo dele, o país precisa cuidar das "jovens democracias", dando outro "cutucão" em Barack Obama, em função da diferente postura diplomática adotada pelo governo atual que, inclusive, retira as tropas militares de Iraque e Afeganistão, obras da administração Bush.

Entre as incontáveis piadas que o ex-presidente fez durante o discurso, uma delas foi chamar o também ex-presidente Bill Clinton de "Bill" e tratá-lo como "irmão postiço", quando foi questionado sobre como é a relação de Clinton e seu pai, o ex-presidente George Bush.

Obama e os carros "verdes" Muito se falou de "amor à América" e pouco de carro nesta segunda-feira (6), na verdade. Como George W. Bush foi quem iniciou a política de ajuda às montadoras locais em 2008 - o que evitou a falência da GM e da Chrysler no ano seguinte, com a continuidade da política por parte de Obama - o discurso conservador caiu como uma luva para os interesses da NADA. A entidade briga com o governo atual por meio do Congresso americano, para que a nova política ambiental não prejudique as vendas de carros novos.

De acordo com a nova lei, os carros novos vendidos nos Estados Unidos terão de render 54,5 milhas por galão de combustível ou 23,17 km/l , na média final de consumo de cada marca. De acordo com a entidade, a meta pode dar a ideia de que veículos menos poluentes, como híbridos (com um motor elétrico e outro a combustão) e elétricos, serão mais consumidos. Porém, o tiro pode sair pela culatra. Isso porque o custo da tecnologia "verde" poderia "espantar os consumidores", como afirmou Bill P. Underriner, o presidente da "Fenabrave" dos EUA.

Segundo ele, 7 milhões de consumidores deixarão de comprar carro novo por não conseguir bancar a nova tecnologia, que inclui ainda motores a combustão menores, menos beberrões, porém mais potentes. "Os carros ficariam cerca de US$ 3 mil mais caros".

De olho no caixa, o público presente na mais famosa cidade do estado de Nevada (um dos redutos republicanos), levantou e bateu palmas em pé para George W. Bush, que acenou em despedida, portando um relógio com o desenho da bandeira dos Estados Unidos. "Eu amo este país", encerrou W. Bush.
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