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Distribuidoras dos EUA temem que nova lei faça carro 'verde' encalhar

Auto Esporte

Até 2025, os carros novos vendidos nos Estados Unidos terão de render 54,5 milhas por galão de combustível ou 23,17 km/l , na média final de consumo de cada marca. A meta, estabelecida pelo governo de Barack Obama, pode dar a ideia de que veículos menos poluentes, como híbridos (com um motor elétrico e outro a combustão) e elétricos, serão mais consumidos. Porém, para a entidade que representa os distribuidores de carros no país, o tiro pode sair pela culatra. Isso porque o custo da tecnologia "verde" poderia "espantar os consumidores", como afirmou Bill P. Underriner, o presidente da "Fenabrave" dos EUA, chamada Nada.

Nesta segunda-feira (6), no encerramento do congresso que realiza em Las Vegas, a Nada estimou que os distribuidores podem perder 7 milhões de consumidores, que não teriam condição de comprar um carro com novas tecnologias "eco".
A entidade diz que tentará mudar a regra junto ao Congresso americana, com base no fato de que a rede de distribuição de veículos do país emprega 1 milhão de pessoas.
Por enquanto, a aceitação de veículos elétricos e híbridos é baixa nos EUA, tanto é que a oferta destes produtos no país não passa de 2% do mercado total de carros (abrangendo Chevrolet Volt, Nissan Leaf e modelos híbridos).
"Para chegar ao que o governo quer, 20% da frota atual terá de ser híbrida, híbrida plug-in ou elétrica", disse Underriner a jornalistas brasileiros durante o congresso. Mas, como o cálculo da meta de economia de combustível para 2025 é feito utilizando a média de consumo do portfólio das marcas hoje, o consumidor poderá optar por modelos mais baratos, porém mais poluentes, e acabar "encalhando" os elétricos e os híbridos.
Sem bônus do governo sobre impostos, o Chevrolet Volt sai por cerca de US$ 40 mil e o Leaf, US$ 20 mil.
Como as marcas se preparam
Durante o congresso, que terminou nesta segunda, o CEO do grupo Fiat, Sergio Marchionne, afirmou que a Chrysler está preparada para a mudança tecnológica e que os investimentos já foram feitos pelo grupo. O italiano fez referência ao Fiat 500 elétrico, que será lançado neste ano no mercado americano, e ao motor tetrafuel vendido no Brasil, que aceita GNV, gasolina pura, gasolina com etanol anidro e etanol hidratado.
A concorrente Ford começou a divulgação do Focus elétrico, enquanto a GM tenta mostrar a seus clientes que o híbrido Volt é seguro, após o órgão federal de segurança NHTSA chegar a questionar o funcionamento da bateria que alimenta o motor peincipal do carro.
Fora isso, propulsores a combustão mais eficientes e menores já começam a virar maioria sob o capô dos carros americanos, aposentando, paulatinamente, os "beberrões" V8 -o que também ajuda a atingir a futura média exigida.
Apesar de todo o movimento da indústria, os preços desses próximos lançamentos ainda são mantidos em segredo.
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