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Medalhista questiona preparativos e potencial legado de Olimpíadas do Rio

BBC

Um artigo publicado no tradicional jornal britânico The Times lançou dúvidas sobre o cronograma de finalização das obras dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro e também dos benefícios que a competição pode trazer à população do país - o chamado legado olímpico.

Após entrevistar o prefeito Eduardo Paes, organizadores dos Jogos e moradores do Rio, o ex-remador britânico Matthew Pinsent, que ganhou quarto medalhas de ouro consecutivas em disputas olímpicas, afirma em artigo que há tantas obras a serem concluídas que a cidade não poderá caprichar demais.

Pinsent, que também trabalha na TV britânica como comentarista esportivo, afirma que, logo depois do encerramento dos Jogos de Londres, o Rio passará a ser observado de perto pela imprensa internacional e terá sua capacidade de organização posta à prova.

Ele cita a imensa quantidade de trabalho que deve ser feita na área do Autódromo de Jacarepaguá, que abrigará o Parque Olímpico.

Nuvem negra

O ex-remador entrevistou Adam Williams, diretor da AECOM, empresa de consultoria que está desenhando o parque olímpico na cidade brasileira. Williams afirmou que o Rio tem um 'nível diferente de orçamento em relação a Londres', o que obrigará a cidade a ser sensata na aplicação de recursos, tanto para realizar os jogos quanto para garantir o legado.

Pinsent afirma, porém, que o Rio teve apenas uma experiência com grandes eventos esportivos, os Jogos Panamericanos de 2007, 'que correram bem para esportistas e visitantes, mas que carregam uma nuvem negra quando se fala no que veio depois', afirmou, questionando o legado da competição.

Ele cita os problemas nas obras da vila olímpica, cujas vias de acesso e jardins tiveram que ser refeitos após a venda dos apartamentos a proprietários particulares, além das promessas na área de transporte, segundo ele não cumpridas.

Pinsent cita o trem-bala entre Rio e São Paulo, que inicialmente ficaria pronto até a Copa do Mundo de 2014, e as greves nas obras nos estádios da competição como sinais de que as coisas podem sair de controle.

No entanto, o britânico destacou os avanços na área de segurança, através das Unidades de Polícia Pacificadora instaladas no Rio e conversou com moradores de áreas carentes beneficiados pela saída do tráfico de drogas do local onde vivem.
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