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Notícias / Meio Ambiente

Relatório diz que grupo André Maggi tornou-se ''amigo do verde''

Da Redação - Alexandre Alves

O Grupo André Maggi deixou de ser “inimigo da floresta” para se tornar “amigo do verde”, revela um relatório divulgado nesta quarta-feira, pelo Forest Footprint Disclosure (FFD) – grupo formado por 70 dos maiores fundos de investimento do mundo, que administram juntos mais de US$ 7 trilhões. A informação é da Folha de S.Paulo.

Segundo o jornal paulista, o FDD reconheceu o trabalho socioambiental do Grupo André Maggi, que é o maior produtor individual de soja do planeta e antigo alvo do Greenpeace. O reconhecimento ocorre em um contexto de pressão dos fundos de investimento sobre empresas globais para que reduzam ao máximo sua ''pegada florestal'', sob pena de perda de investimentos.

O relatório foi feito porque, antes de decidirem onde aplicar seus recursos, os 70 fundos querem saber o grau de exposição das grandes companhias a cinco tipos de commodities: soja, óleo de palma, madeira, artigos derivados da pecuária e biocombustíveis - tanto na produção como na cadeia de suprimentos. Na prática, o relatório serve como um ''guia'' que monitora os maiores grupos globais, inclusive usado como referência por instituições do porte do Barclays Capital, aponta a reportagem da Folha.

Os dados podem fazer com grandes empresas percam mercado. No ano passado, a Lingui Developments, da Malásia, por exemplo, foi cortada da carteira de investimentos do fundo de pensão dos funcionários do governo da Noruega. Motivo: não se enquadrava aos critérios socioambientais definidos pelo fundo.

Segundo a Folha de S.Paulo, o Brasil estaria em destaque no relatório. Das 357 empresas – em todo o mundo - que receberam a solicitação do FFD para revelar suas práticas em relação às florestas, somente 87 aceitaram. No Brasil, entre as 18 convidadas, somente cinco foram analisadas. Pela primeira vez, uma companhia brasileira chegou à liderança em seu setor: o Grupo André Maggi. Em 2006, a empresa foi alvo de uma campanha do Greenpeace, que a acusou de estimular o desmatamento na Amazônia à medida que aumentava sua produção para garantir as vendas aos países da Europa. Desde então, investiu em obter uma certificação internacional para a produção.

Em junho de 2011, a empresa do senador Blairo Maggi (PR) fechou o primeiro contrato, embarcando 85 mil toneladas de grãos certificados para a Holanda. ''Esse certificado é a confirmação de nosso compromisso com uma produção responsável'', disse Waldemir Ival Loto, presidente do Grupo André Maggi. Segundo ele, o primeiro passo foi dado em 2007, com uma fazenda.
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