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Patriota diz que ainda não há resultado sobre acordo com México

G1

O ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, afirmou nesta quinta-feira (9), em Brasília, que os encontros entre negociadores brasileiros e mexicanos sobre o acordo automotivo vigente entre os dois países, que ocorrem desde a última terça-feira (7), são de "nível técnico" e não buscam, neste momento, um "resultado" para a questão.

"São encontros de nível técnico para explorar um pouco os parâmetros da questão. Estamos examinando os fluxos de comércio. Não há resultado e nem esse é o objetivo deste exercício [reuniões que acontecem desde terça-feira]", declarou ele a jornalistas.

Apesar da indicação inicial de que o governo mexicano estaria disposto a rever alguns pontos do acordo automotivo, a Secretaria de Economia do México, equivalente ao Ministério da Fazenda do país, informou recentemente que, devido à sua importância, não buscará rever os termos do acordo automotivo. A declaração está disponível no site da Secretaria de Economia.

De acordo com o comunicado do governo mexicano, o país teve um déficit comercial acumulado com o Brasil, nos produtos cobertos pelo acordo automotivo, de aproximadamente US$ 10 bilhões entre 2003 e 2010. No comércio total, o déficit do México, ainda segundo o comunicado, foi de US$ 22 bilhões no mesmo período.

O acordo automotivo com o México voltou à pauta quando o governo brasileiro informou que gostaria de rever os seus termos, argumentando que, pelas regras atuais, ele seria "desequilibrado contra o Brasil", nas palavras do ministro do Desenvolvimento, Fernando Pimentel. Em 2011, o acordo automotivou resultou em um déficit comercial, para o Brasil, superior a US$ 1 bilhão.

Acordo automotivo
O acordo, vigente desde 2003, isenta veículos da taxa de importação de até 35%, cobrada sobre carros de fora do México e do Mercosul. Pelo acordo, os carros mexicanos ficam isentos do imposto quando agregam ao menos 30% de conteúdo nacional. O mesmo vale para carros brasileiros exportados para o México. Dentre as exigências que o Brasil tentará negociar está uma maior participação do conteúdo regional na produção dos veículos e estender o benefício para caminhões e utilitários.

O presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Cledorvino Belini, disse na sexta-feira (3) que o acordo automotivo com o México é importante para o país. "Confirmamos a necessidade de manter esse acordo. O acordo não tem data prevista para terminar. O que existe é um processo dentro do governo de reavaliação do acordo, mas não tem nada definido ainda", declarou ele no momento.
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