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Promotora dirá que Lindemberg era violento e sempre quis matar Eloá

G1

Um homem possessivo, violento e que invadiu o apartamento da ex-namorada decidido a matá-la. Essa é a tese de acusação da promotora Daniela Hashimoto para convencer os sete jurados de que Lindemberg Alves Fernandes é culpado pela morte de Eloá Pimentel em 2008. O julgamento está previsto para começar às 9h de segunda-feira (13), no Fórum de Santo André, no ABC. O réu responde ainda por tentativas de assassinato, cárcere privado e disparo de arma de fogo.

Lindemberg Alves invadiu a casa de Eloá Cristina Pimenta no dia 13 de outubro de 2008, manteve, além dela, três outros jovens reféns (Nayara Rodrigues e outros dois colegas de escola da menida) e, quatro dias depois, atirou em Eloá e Nayara, assassinado a ex-namorada. A colega dela sobreviveu.

"Ele foi para lá com a intenção de matar. Toda a história começou há 30 dias [do assassinato], quando ele já estava ameaçando, importunando, ia rondar a porta da escola [em que Eloá estudava]. Há 15 dias abordou a Eloá, a agrediu fisicamente, sempre com essa intenção, de que 'se não for minha, não vai ser demais ninguém'", afirmou a promotora na manhã desta sexta-feira (10).

Segundo a promotora, se for considerado culpado em todos os crimes, pode pegar uma pena, segundo a promotoria, que vai desde os 50 anos até passar dos cem anos.

"Ele foi para lá [o apartamento da ex-namorada, no dia 13 de outubro] não só armado, mas também munido de farta munição extra, preocupou-se em ir ao local acreditando que a Eloá estaria sozinha, acabou sendo surpreendido pelo fato de a Eloá estar com colegas fazendo o trabalho de escola", conta Daniela.

Segundo a promotora, será usado como prova dessa premeditação, o fato de Lindemberg preocupar-se em retirar do apartamento Douglas, irmão mais novo de Eloá e amigo de Lindemberg. "Ele, inclusive, levou o Douglas até o parque e pegou o celular do amigo para que ele não tivesse contato com a irmã", afirma Hashimoto.

Lindemberg será acusado por 12 crimes, que vai desde o homicídio de Eloá, manter quatro pessoas em cárcere privado, duas tentativas de homicídio e, até, o disparo de quatro tiros a esmo.

Por parte da acusão, além das quatro vítimas de Lindemberg, apenas uma testemunha será convocada ao tribunal. Será o irmão mais velho de Eloá, Ronickson Pimentel dos Santos. Para a Daniela Hashimoto, ele é peça-chave na construção do perfil de réu.

"Ele testemunhou momentos de agressividade de Linbemberg. Foram momentos antes da invasão da casa de Eloá e momentos durante a invasão, quando ele tentava conversar por telefone com o réu", afirma.

Quanto à defesa, que convocou um alto número de testemunhas (são 14, sendo que seis deles jornalistas que cobriram o caso), a acusação diz não ter ideia da estratégia a ser adotada. "Ela tem o direito de chamar as testemunhas que quiser. A linha de defesa só vamos descobrir no dia", afirma.

Veja a lista de testemunhas convocadas para o julgamento de Lindemberg Alves.

Testemunhas arroladas pela acusação
- Nayara Rodrigues da Silva - mantida refém por Lindemberg e também atingida por um tiro.

- Victor Lopes de Campos - mantido refém por Lindemberg.

- Iago Vilela de Oliveira - mantido refém por Lindemberg.

- Atos Antonio Valeriano - sargento da PM que iniciou as negociações assim que Lindemberg invadiu a casa de Eloá e foi alvo de um disparo de arma de foto do suspeito, disparado em direção a sua cabeça, segundo a promotoria.

- Ronickson Pimentel dos Santos - irmão mais velho de Eloá, testemunhou, segundo a promotoria, momentos de agressividade do réu.

Testemunhas arroladas pela defesa
- Alves Nelson Gonçalves - perito criminal, trabalha no Instituto de Criminalística (IC) e atuou no caso.

- Marcos Assumpção Cabello - foi a advogado chamando num primeiro momento pela família de Lindemberg Alves e, dessa forma, participou das negociações.

- Ricardo Mollina - o perito fez uma análise independente do áudio em que se verifica o instante da entrada da polícia no apartamento de Eloá e a série de tiros na sequência.

- Sonia Abrão - jornalista.

- Roberto Cabrini - jornalista.

- Rodrigo Hidalgo: jornalista.

- Márcio Campos: jornalista.

- Reinaldo Gottino: jornalista.

- Dairse Aparecida Pereira Lopes: perito criminal, trabalha no Instituto de Criminalística (IC) e atuou no caso.

- Helio Rodrigues Ramacciotti: perito criminal, trabalha no Instituto de criminalística (IC) e atuou no caso.

- Sergio Luditza: delegado de polícia que presidiu o inquérito.

- Adriano Giovanini: capitação da PM, foi negociador pelo Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate).

- Paulo Sérgio Squiavano: tenente da Polícia Militar, atuou no caso pelo Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate).
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