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Ministra diz que tem 'convicção', mas defenderá políticas do governo

G1

A ministra da Secretaria Especial de Políticas para Mulheres, Eleonora Menicucci, disse na tarde desta sexta (10), em referência à questão da legalização do aborto, que tem convicção pessoal, mas que, no ministério, defenderá as políticas do governo.

Durante transmissão de cargo na sede da Secretaria de Políticas para Mulheres, a nova ministra afirmou que tem suas convicções e "absoluta seriedade" para dar continuidade ao programa de governo e buscar "avançar no que puder".

"Convicção é uma coisa pessoal. Hoje, assumo posição de titularidade de uma pasta importante e terei muita serenidade de levar adiante as políticas do governo nesse aspecto", afirmou em entrevista coletiva na sede da secretaria, após o ato de transmissão de cargo, que recebeu da ex-ministra Iriny Lopes.

Antes, no Palácio do Planalto, pela manhã, ela assinou o termo de posse, em solenidade com a presença da presidente Dilma Rousseff, de quem foi companheira de cela no Presídio Tiradentes, durante o regime militar. Ambas eram militantes de esquerda. Na solenidade, Dilma destacou que a nova ministra vai seguir a orientação do governo em suas atribuições na pasta.

Após a transmissão de cargo, perguntada em entrevista sobre as críticas de líderes evangélicos a respeito de sua posição sobre a legalização do aborto, a ministra respondeu: "Só quero dizer que o aborto inseguro é a quarta causa de morte materna e quinta causa do SUS [Sistema Único de Saúde]. O governo tem posição em relação a isso que é pública. E vamos trabalhar. Convicção é convicção, como já foi dito pela presidente."

No último dia 7, ao ser anunciada como nova ministra em substituição a Iriny Lopes, Eleonora Menicucci disse que o aborto era uma questão de saúde pública e dizia respeito ao Legislativo, e não ao Executivo.

“Eu já dei entrevistas, sobretudo nos anos 70, 80 e 90, quando o feminismo necessitava de marcar posições e muitas mulheres ousaram dizer até da sua vida privada. Não me arrependo, mas, a partir de sexta-feira [data de sua posse], eu sou governo, e a matéria da legalização ou descriminalização do aborto é uma matéria que não diz respeito ao Executivo, diz respeito ao Legislativo”, declarou na ocasião.

Segundo a nova ministra, durante a entrevista nesta sexta na secretaria, "uma mulher que chega aos 67 anos com a minha trajetória de vida, se não tivesse convicções não estaria aqui."
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