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Notícias / Cidades

Índios kaiapós mantêm funcionário da Funai refém no Norte do Estado

De Sinop - Alexandre Alves

Vários índios da etnia Kaiapó estão mantendo refém um servidor da Fundação Nacional do Índio (Funai), em Colíder (650 km de Cuiabá), cobrando da autarquia federal a demarcação da terra indígena Capoto Jarina – localizada no extremo Norte de Mato Grosso, próxima à divisa com o Pará.

O funcionário da Funai está em poder dos indígenas desde ontem, mas o coordenador da Funai no Nortão, Sebastião Martins, disse que o manifesto dos kaiapós é pacífico.

Esta não é a primeira vez que os índios pegam servidores da fundação como reféns, por motivações diversas. Em novembro do ano passado, dezenas de kaiapós mantiveram o próprio coordenador refém, exigindo que a Funai reconduzisse o cacique Megaron Txucarramãe ao cargo de coordenador da unidade.

A demarcação da terra indígena Capoto Jarina é alvo de conflito nos últimos dias. O Ministério Público Federal (MPF) cobrou, nesta terça-feira, uma atuação imediata da Funai para que coordene e articule o comparecimento de uma equipe à região, juntamente com o grupo tático da Polícia Federal, para apurar a situação de conflito na aldeia e intermediar uma solução pacífica.

Há sete dias, após a explosão de uma camionete da Funai que havia sido usada pelos índios, cerca de 160 kayapós da terra indígena Capoto Jarina deslocaram-se para a aldeia Kapotnhinore e o clima ficou tenso. Os índios reivindicam a presença da Polícia Federal para denunciar a prática de crimes ambientais, dentro eles desmatamento ilegal e pesca predatória, na área tradicional de ocupação e uso do povo kayapó.

Além disso, os índios querem a apuração das causas da explosão da camionete, que eles denunciam ter sido um ato criminoso.
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