Imprimir

Notícias / Mundo

Cadastro via internet paralisa transporte de grãos na Argentina

AE

A Receita Federal argentina, Administração Federal de Ingressos Públicos (AFIP), adotou uma nova medida que paralisou uma boa parte do comércio de grãos nos últimos dias. Trata-se de uma exigência adicional do governo para o movimento de mercadoria, a qual deve ser cumprida via internet. Em algumas regiões não há redes de internet e muitos não puderam se conectar para cumprir o novo requisito imposto. Além disso, a página do órgão entrou em colapso diante as centenas de acessos simultâneos e os grãos não puderam ser transportados.

O setor pediu uma audiência à ministra de Produção, Débora Giorgi, e ao titular da AFIP, Ricardo Echegaray, em caráter de urgência, mas não obteve resposta. Ontem à noite, as entidades rurais enviaram uma carta à Echegaray e Giorgi, na qual pedem a revisão da última medida, já que nenhum caminhão poderá circular sem a tramitação da mesma. Echegaray argumenta que a nova exigência tem o claro objetivo de controlar o comércio para reduzir a sonegação fiscal.

Em janeiro último, a AFIP já havia mudado o sistema de entrega da carta de porte que permite o transporte de mercadoria, a qual era entregue pela Federação Agrária. Para tanto, havia postos de entrega em todos os pontos de transporte no país. Com a mudança, a AFIP assumiu a distribuição, o que reduziu o número de locais aptos a entregar a carta aos transportadores de grãos.

O presidente da Federação Argentina de Transporte de Cargas, Vicente Bouvier, explicou ao jornal "La Nación" que "os produtores não têm conhecimentos de internet para aceder ao sistema e os que possuem conhecimentos, não têm sistema conectado porque as redes não chegam a todos os lugares". Segundo ele, "os que desenham estas medidas estão detrás de um escritório e pensam que tudo está na internet". Bouvier vai além em suas críticas: "o produtor não estudou nem o primário e os motoristas de cargas nem chegaram ir à escola e não dá para entendam de internet".
Imprimir