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Kassab confunde até o PSD

Agência Estado

As marchas e contramarchas do prefeito Gilberto Kassab não desorientaram só adversários, mas seu próprio partido, o PSD. De início críticos ao passo dado em direção ao PT, os integrantes do partido acabaram desenhando um cenário estratégico para o resto do atual mandato da presidente Dilma Rousseff, que passa pelo apoio à sua reeleição em 2014.

Até a noite de quinta-feira, o PSD não acreditava na hipótese de Kassab recuar do acordo com Lula para apoiar a candidatura de José Serra. Respaldava essa convicção a garantia já dada por Serra ao prefeito de que não seria candidato na eleição municipal, liberando-o do compromisso com o PSDB.

Dada por certa a aliança com o PT, o PSD passou a raciocinar com participação num futuro governo Dilma, a partir de 2014. O partido considera que apoiando sua reeleição estaria legitimado a ocupar ministérios, mantendo no atual mandato da presidente apenas o apoio parlamentar.

O cenário mais interessante para o PSD seria, então, em 2018, quando já estará com sete anos de fundação e consolidado em todo o País. Estimam seus estrategistas que Dilma não teria a mesma condição de Lula para fazer seu sucessor e que o quadro de alianças estará aberto e não poderá desconsiderar sua parceria.

Diante da surpresa com a decisão de Kassab de voltar atrás no acordo com o PT, a exigência ao prefeito passou a ser a de deixar claro com o governo e o partido que o acordo com o PSDB na eleição municipal não se estenderá a 2014.

Do contrário, como disse um pessedista, "só nos resta torcer para que isso dê errado".
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