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Mãe de garota morta por jet ski se diz 'triste' por falta de socorro e contato

G1

A mãe de Grazielly Almeida Lames, menina de 3 anos que morreu após ser atropelada por um jet ski na Praia de Guaratuba, em Bertioga, no Litoral Norte de São Paulo, no sábado (18), afirmou que até a tarde desta quinta-feira (23) a família do adolescente suspeito de conduzir o equipamento ainda não havia entrado em contato com ela. A declaração foi dada logo após Cirleide Lames prestar depoimento na delegacia da cidade.

“Até o momento nenhum [contato], nenhum telefonema. Isso é o que mais deixa a gente triste. Eles não prestaram nenhum tipo de socorro no momento. E isso é muito difícil”, disse a mãe. Ao comentar a declaração do advogado de que a família do suspeito também sofre por conta do acidente, Cirleide disse: “Eu queria que a mãe dele colocasse o filho dela no lugar da minha filha. Aí ela saberia o que é sofrimento".

A mãe lamentou ainda a demora no socorro da filha. “Se o socorro tivesse chegado mais rápido, eu ainda estaria com a minha filha.” Até esta quinta, cinco pessoas já haviam sido ouvidas pela polícia. A expectativa era que o adolescente de 13 anos, que é suspeito de conduzir o jet ski no momento do acidente, fosse até a delegacia acompanhado pelos pais.

O advogado da família do suspeito, Maurimar Bosco Chiasso, afirmou, no entanto, que, por conta do assédio da imprensa e por segurança, o garoto não tinha condições de depor nesta tarde. O depoimento da família acontecerá posteriormente. O G1 não conseguiu falar com ele após o depoimento da mãe para que pudesse comentar as declarações de falta de socorro e contato.

Segundo o delegado Maurício Barbosa Júnior, que conduz o inquérito, a defesa se comprometeu a encaminhar os familiares até a delegacia, apesar de eles morarem em outro município.

Caseiro
O caseiro da residência onde estava o jet ski relatou à polícia que foi chamado pelo adolescente para retirar o quadriciclo da casa. Ele disse ainda que levou o equipamento até a beira do mar. De acordo com o delegado, ele estava de costas quando ouviu os gritos e os pedidos de socorro. Segundo o delegado, o caseiro disse ter sido ameaçado após o acidente.

A defesa da família espera que nesta sexta-feira (24) uma testemunha do acidente preste depoimento. Como é menor de 18 anos de idade, o garoto suspeito poderá responder a um ato infracional pela morte de Grazielly, segundo determina o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).
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