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Acusado de matar jovem inglesa enfrenta júri na quinta-feira

G1

O jovem Mohammed D'Ali Carvalho dos Santos, de 21 anos, acusado de matar e esquartejar a inglesa Cara Marie Burke em julho de 2008, em Goiânia, será julgado pelo crime na próxima quinta-feira (14), no Tribunal do Júri de Goiânia.



O juiz Jesseir Coelho de Alcântara, da 1ª Vara Criminal da capital goiana, será o responsável pelo julgamento. Mohammed está preso no Núcleo de Custódia de Aparecida de Goiânia desde 31 de julho do ano passado.

Em 24 de março deste ano, o magistrado decidiu levar o rapaz ao Tribunal do Júri por entender que o crime foi cometido por motivo fútil e sem permitir que a vítima se defendesse. Alcântara justificou a decisão com base na materialidade do crime e na existência de indícios determinantes da autoria do homicídio.

Mohammed será julgado sob as qualificadoras do crime como o motivo fútil, uma vez que a jovem inglesa teria ameaçado contar à mãe do réu e a um policial militar que ele usava drogas. Segundo o juiz, outro agravante seria o ataque enquanto a vítima estava ao telefone.

A promotoria também deve usar os laudos periciais sobre a morte da jovem inglesa e o fato de ter ocorrido destruição e ocultação de cadáver.

Mohammed não responderá pela acusação inicial do Ministério Público de corrupção ativa, supostamente cometida pelo réu contra policiais militares que o prenderam.

Namoro e filho
Cara Marie Burke e Mohammed D'Ali chegaram a viver juntos, sem qualquer relacionamento amoroso, até a vítima se mudar para outro bairro, em Goiânia. A garota estaria com medo de Mohammed por causa do envolvimento com drogas.

Antes do crime, Mohammed namorava com uma cabeleireira de 20 anos. O relacionamento continuou mesmo após a prisão dele. A fidelidade do namoro fez o réu virar pai ainda na carceragem. No dia 23 de março deste ano, a jovem deu à luz um bebê prematuro, de sete meses, em uma maternidade particular na capital goiana.

A cabeleireira, que prefere não ser identificada, disse que ficou grávida durante uma das visitas íntimas ao namorado. "Não tenho envolvimento com o que aconteceu, mas estou pagando com o preconceito das pessoas. Já tentei arrumar emprego, mas não consigo, as pessoas ficam me olhando e comentando pelas costas. Quando descobrem que sou namorada dele [Mohammed], desistem de me dar a vaga. Isso já aconteceu duas vezes."

Ela será uma das testemunhas de defesa de Mohammed no julgamento. O irmão do acusado, Bruce Lee, que vive atualmente em São Paulo, também deve ser convocado pelos advogados de defesa. A mãe do réu, Ivany Carvalho dos Santos, não vai acompanhar o júri. A família não informa seu paradeiro.

O advogado de Mohammed, Carlos Trajano de Souza, trabalha com a teoria de que o réu estava sob efeito de entorpecentes no momento do crime e que não estaria consciente de seus atos.

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