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Presidente da Gaviões da Fiel diz que escola é alvo de discriminação

G1

Antonio Alan Souza Silva, presidente da torcida organizada e escola de samba Gaviões da Fiel, disse na tarde desta quarta-feira (29) que a agremiação é alvo de discriminação por parte dos demais integrantes da Liga das Escolas de Samba de São Paulo por sua origem estar ligada ao futebol. As declarações foram dadas após ele prestar depoimento na Delegacia Especializada em Atendimento ao Turista (Deatur), no Centro de São Paulo, sobre a confusão na área reservada do Anhembi durante a apuração das notas do carnaval deste ano.

Antes dele, prestaram depoimentos nesta quarta-feira sobre o episódio o presidente da Águia de Ouro, Sidnei Carriuolo Antônio, e a presidente da Camisa Verde e Branco, Solange Bechara.

Para Antonio Alan, não há qualquer razão para que a Gaviões da Fiel sofra punição pelo que aconteceu no Sambódromo. "É uma injustiça que está sendo feita, assim como tem acontecido com as notas dos jurados, essa discriminação que sofremos por sermos uma escola que surgiu de uma torcida organizada. Não fizemos por onde ser punidos", afirmou.

O presidente da Gaviões declarou que não houve qualquer complô para impedir que escolas fossem rebaixadas ao Grupo de Acesso devido à troca de jurados. "Na reunião com os presidentes, só foi discutido se as notas dos jurados substitutos iriam valer ou não", disse.

Antonio Alan aproveitou para pedir que os responsáveis pelo incêndio a um carro alegórico da Pérola Negra se apresentem espontaneamente para evitar que a escola ou qualquer um de seus dirigentes sejam responsabilizados pelo ato de vandalismo. "Estamos tentando identificá-los com base nas imagens de helicóptero, mas é difícil para a gente. Se forem identificados, com certeza serão punidos", disse.

O presidente da Gaviões prometeu punição também para o torcedor Cauê Santos Ferreira, que foi preso por invadir a área da apuração. "Conheço o Cauê só de vista, é frequentador da quadra da escola. Ele vai tomar uma punição. Ele vai ser julgado e vai ser punido", disse.

Antonio Alan disse que não sabe por que o jovem declarou que foi feito um acordo para que nenhuma escola fosse rebaixada em 2012. As mesmas declarações foram dadas por Tiago Faria, integrante da Império da Casa Verde que foi preso após invadir a área da apuração e rasgar envelopes com notas dos jurados. "Não sei de onde eles tiraram isso. É coisa que saiu da cabeça deles. Só pode ser coincidência", afirmou.

O presidente da Gaviões deverá voltar à delegacia na próxima semana para dar esclarecimentos na investigação sobre o incêndio a um carro alegórico da Peróla Negra, que estava no Sambódromo.

O presidente da Águia de Ouro, por sua vez, disse que não estava no Sambódromo no momento da apuração. “Fico muito nervoso”, disse. Segundo Carriuolo Antônio, houve muito equilíbrio nos desfiles deste ano. “Eu acho que teve muito equilíbrio entre as escolas deste ano, o que fez com que se tornasse um carnaval muito nervoso. Ninguém ousava dizer quem ia cair, quem ia ser campeão, mesmo depois do desfile.”

A presidente da campeã do Carnaval de São Paulo deste ano, a Mocidade Alegre, Solange Bechara, foi a primeira a prestar depoimento nesta quarta. Ela também disse não ter observado nenhum fato que denunciasse acordo entre as escolas. “Para mim estava tudo normal. Estava concentrada com os meus terços e acabei não vendo o que aconteceu.”

Ação combinada
Para a polícia, Tiago Ciro Tadeu Faria, da Império de Casa Verde, que interrompeu a apuração e destruiu as notas do último quesito, tinha "a missão" de interromper a apuração. Segundo Faria, havia um acordo entre as escolas devido à troca de jurados anunciada às vésperas dos desfiles, o que descontentou os líderes das escolas. Além do integrante da Império, um rapaz da Gaviões da Fiel também foi detido. Eles foram liberados após pagamento de fiança.

Vários integrantes das escolas de samba prestaram depoimento desde a semana passada. Todos disseram desconhecer qualquer tipo de acordo.
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