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Na chegada a Israel, Bento 16 defende terra natal para palestinos

Folha Online

O papa Bento 16 pediu a criação de um Estado palestino assim que chegou a Israel, nesta segunda-feira, no quarto dia da sua viagem ao Oriente Médio. "Peço aos responsáveis que explorem todas as vias possíveis na busca de uma resolução justa para essas dificuldades, para que ambos povos [palestinos e israelenses] possam viver em paz em uma terra natal própria, com seguras e reconhecidas fronteiras."

"As esperanças de incontáveis homens, mulheres e crianças em relação a um futuro estável e seguro dependem do resultado das negociações de paz", disse o papa no aeroporto de Tel Aviv. Em seguida, ele foi em um helicóptero militar para Jerusalém.

Ariel Schalit/AP

O novo primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, que presenciou o discurso do papa, ainda não falou na proposta de criação de um Estado independente palestino, em chamados pela paz. Na semana passada, ele pediu que negociações sejam retomadas "o quanto antes", "sem demora e sem pré-condições". Na ocasião, o negociador palestino Saeb Erekat criticou o caráter "vago" das declarações.

Depois de ouvir o papa, Netanyahu viajou ao Egito, onde fala com o ditador Hosni Mubarak.

O porta-voz do Ministério de Relações Exteriores de Israel Yigal Palmor minimizou a fala do papa, dizendo que as negociações "não são o propósito da visita".

"Construímos a paz com o Egito e a Jordânia e estamos negociando a paz com os palestinos. Nós também podemos chegar a uma solução regional ampla em um futuro próximo", afirmou o presidente de Israel, Shimon Peres, pouco antes do papa.

Em entrevista ao jornal britânico "The Times" publicada nesta segunda-feira, o rei Abdullah, da Jordânia, disse que os Estados Unidos devem buscar um acordo "de 57 Estados", com todo o mundo muçulmano, ou haverá guerra em "12 a 18 meses". "Se adiarmos nossas negociações de paz, haverá um novo conflito entre árabes ou muçulmanos e Israel."

Na chegada a Israel, o papa também pediu "honra à memória" dos milhões de judeus mortos no Holocausto. Recentemente, ele se envolveu em uma polêmica com os judeus ao reintegrar à igreja um bispo britânico que nega o Holocausto. Além de reforçar as relações com Israel, o papa também pretende se aproximar dos muçulmanos, na viagem. No primeiro dia, em visita à Jordânia, Bento 16 pediu respeito à comunidade muçulmana.
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