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À la Guardiola, Muricy aposta no fim da concentração no Brasil

SporTV

No ano do centenário, o Santos está com o calendário apertado. Além do Campeonato Paulista, a equipe ainda disputa a Taça Libertadores. E o Brasileiro a partir de maio. Para tentar minimizar o desgaste dos jogadores, o técnico Muricy Ramalho afirmou, no início do ano, que pretendia reduzir as concentrações na equipe. Em entrevista exclusiva ao "Tá na Área", ele foi além e disse confiar que, no futuro, este costume possa ser abolido do futebol brasileiro.

- Eu acho que a concentração vai acabar no futuro. Aqui no Santos estamos deixando os jogadores cada vez mais na casa deles. Nós temos que melhorar as contusões musculares que acontecem pelo excesso de jogos e viagens - explica.

Para o técnico, o atleta não precisa estar 'preso' no clube para ter melhor rendimento no jogo. Mas deve-se ter um acompanhamento mesmo quando estiver fora do CT para garantir a boa forma física. O comandante já pretende diminuir o tempo de concentração no próximo clássico no Campeonato Paulista, contra o Corinthians, no domingo, às 16h.

- Nossos fisiologistas fazem medições nos jogadores para acompanharmos de perto. Essas medições são usadas para os jogos, com objetivo de preservar os jogadores.

O modelo que o comandante alvinegro tenta implantar no Santos é baseado nos da Europa. Desde que Pep Guardiola assumiu o Barcelona, em 2008, o clube espanhol adota um regime de concentração mais relaxado e diminuiu gradativamente o número de noites com o time reunido. O comandante autoriza, inclusive, visita de familiares e esposas no hotel. No Mundial de Clubes de 2011, no Japão, pouco antes da final contra a própria equipe santista, liberou os atletas para passar uma noite fora do hotel. A decisão de Pep de permitir a visita das esposas, na época, causou estranhamento ao técnico brasileiro.

No Brasil, os jogadores do Vasco, como forma de protesto contra os salários atrasados, adotaram a prática de não se concentrar para algumas partidas da Taça Guanabara e até da Libertadores. Em janeiro deste ano, o atacante Alecsandro propôs que, mesmo depois que os salários forem colocados em dia, a proposta de dormir em casa e só se apresentar na manhã do jogo continue válida. Em entrevista, o próprio presidente do Vasco, Roberto Dinamite, aprovou a mudança de rotina na equipe cruz-maltina. No dia 14 de fevereiro, o Vasco conseguiu na Justiça a liberação de verba de seu principal patrocinador e quitou os salários atrasados. Após o pagamento dos jogadores, a equipe voltou a se concentrar antes dos jogos.
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