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Hopi Hari vai ficar fechado por 10 dias para realização de novas perícias

G1

O parque de diversões Hopi Hari, de Vinhedo, interior de São Paulo, ficará fechado por pelo menos dez dias para perícias em todos os brinquedos. A decisão firmada entre os responsáveis pelo parque e promotores, na tarde desta quinta-feira (1°), com a assinatura de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), deve auxiliar na investigação que o Ministério Público (MP) faz para saber se o local é seguro para os clientes. Na sexta-feira (24), a adolescente Gabriela Nichimura, de 14 anos, morreu após cair da atração La Tour Eiffel.

A promotora Ana Beatriz Sampaio Silva Vieira afirmou que pretende abrir uma ação indenizatória contra o parque para um fundo estadual, por ferir os direitos do consumidor. O valor ainda não foi definido.

Segundo o acordo, o prazo de fechamento pode ser prorrogado por mais dez dias, se o MP julgar necessário. Funcionários envolvidos com a manutenção devem ser colocados à disposição da equipe, que terá técnicos dos bombeiros, do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Crea), promotores e Instituto de Criminalística de São Paulo. O parque terá que apresentar a documentação completa dos brinquedos. Caso o TAC seja desobedecido, o Hopi Hari está sujeito a multa diária de R$ 95 mil.

O parque funciona de sexta-feira a domingo, mas estará fechado a partir desta sexta-feira (2), quando inicia o prazo de dez dias. Na segunda-feira (5), às 9h, equipes técnicas iniciam a vistoria. Segundo a promotora, o La Tour Eiffel não tem prazo para ser liberado e um novo projeto de segurança terá que ser apresentado pelo Hopi Hari, já que o atual falhou. Um relatório final será produzido pela equipe técnica da força-tarefa, pedindo alterações no sistema de segurança de alguns brinquedos, caso sejam necessárias.

A assessoria de imprensa do Hopi Hari confirma que ficará fechado por dez dias para perícias e que os clientes que tiverem comprado ingressos para o período em que o parque ficar fechado devem entrar em contato pelo e-mail fale@hopihari.com.br ou pelo telefone 0300-7895566.

Foto
Uma foto apresentada na quinta-feira (1º) pelo advogado da família de Gabriela, Ademar Gomes, que teria sido feita momentos antes do acidente, mudou o rumo das investigações. A imagem contesta dados preliminares da perícia. As primeiras análises tiveram como objeto uma cadeira do brinquedo onde a garota não se sentou, segundo Gomes.

Depoimentos
O gerente-geral do Hopi Hari e responsável pela manutenção do parque prestou pela segunda vez depoimento e confirmou que a cadeira que a adolescente estava foi desativada há 10 anos e que deve ter sido acionada por outra pessoa de forma manual por algum funcionário, segundo o advogado do Hopi Hari, Alberto Zacharias Toron. No primeiro depoimento, ele informou que era impossível ter havido falha mecânica no equipamento e apontou como falha humana a causa mais provável do acidente.

Trava se abriu em perícia
O MP e a polícia informaram que a perícia feita na quarta-feira (29) no La Tour Eiffel apontou que a cadeira onde Gabriela Nichimura estava se abre no momento da descida. "A cadeira onde ela estava faz movimentos de chicote na descida quando o brinquedo é operado", disse o promotor Rogério Sanches. O delegado Álvaro Santucci Noventa Júnior, também confirmou que a cadeira estava com defeito. Procurado pelo G1, o parque informou que reitera "veementemente a cooperação absoluta com todos os órgãos responsáveis na apuração definitiva do caso".
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