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Notícias / Meio Ambiente

Ongs promovem ato contra código florestal e pedem veto à Dilma (fotos)

De Brasília - Vinícius Tavares

Diversas onganizações não governamentais, com o apoio de estudantes secundaristas, universitários e trabalhadores ribeirinhos, invadiram a Esplanada dos Ministérios, em Brasília, nesta quarta-feira (7) para protestar contra a aprovação do projeto de lei que institui o novo Código Florestal, em vigor desde 1965 e que é alvo de críticas por parte de diversos setores, desde ambientalistas até pequenos, médios e agricultores.

Depois de causar um grande congestionamento, ocupando duas das seis portas da Esplanada, o protesto com cerca de dois mil participantes foi levado ao gramado em frente ao Congresso Nacional, incluiu manifestações artisticas e cantos contra a aprovação do texto.

Os manifestantes pedem a presidente Dilma Rousseff que cumpra promessa de campanha de impedir que o desmatamento florestal avance. Trabalhadores e estudantes querem o veto presidencial à proposta.

Durante a manifestação, o Comitê Brasil em Defesa das Florestas e do Desenvolvimento Sustentável, coalizão de cerca de 180 entidades da sociedade civil, distribuiu um manifesto em que repudia a chamada "anistia" dada a desmatadores, ficando eles desobrigados de recuperar grande parte das áreas ilegalmente derrubadas, e os "efeitos perversos" que as alterações pretendidas trarão para o presente e o futuro do equilíbrio socioambiental.

Alguns parlamentares do PT, PV e Psol prestigiaram o ato e criticaram os ruralistas por promover neste mesmo espaço grandes atos com pequenos e médios produtores da agricultura familiar que, segundo estes parlamentares de esquerda, "não sabiam exatamente contra o que estavam protestando".

A criatividade e a irreverência foram a tônica do ato em defesa da sustentabilidade. Alunos surfaram nos gramados que cercam a entrada principal do prédio do Congresso Nacional. Outros promoveram uma encenação de arrastão em alusão às atividades de pescadores do Nordeste que podem ser impedidos de continuar suas atividades.

Logo em seguida, o mesmo grupo fez uma apresentação de capoeira em defesa das atividades de povos ribeirinhos. Um dos momentos mais marcantes foi quando um tarrafeiro morador de manguezal simulou uma pesca no lago que fica defronte ao Congresso.

A idéia era mostrar que o avanço da ocupação sobre APPs pode prejudicar comunidades tradicionais que ocupam estes ecossistemas de forma sustentável.
Nenhuma das carpas do local foi pescada, para sorte do homem, que certamente pegaria uma detenção.

Por acordo entre líderes, ou por falta dele, o projeto de lei do Código Florestal foi adiado para a próxima semana. Nos bastidores da Câmara Federal, comenta-se que a crise envolvendo PT e PMDB impede que qualquer proposta deste calibre fique impedida de avançar na Casa do Povo.
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