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Ministério Público vai investigar paralisação de caminhoneiros em SP

G1

O Ministério Público do Estado de São Paulo informou na noite desta quarta-feira (7) que vai apurar irregularidades na paralisação dos caminhões que transportam combustível na Grande São Paulo. Segundo o órgão, o abastecimento é um serviço essencial e "insuscetível de greve".

A Prefeitura de São Paulo obteve na terça-feira (6) uma decisão judicial determinando a volta da distribuição do combustível. Nesta quarta, contudo, sindicatos ligados às distribuidoras e aos postos de combustíveis reclamaram que os caminhoneiros estão sendo impedidos de deixar os pátios pelos grevistas.

Em nota, o Ministério Público disse que vai apurar o fato. O desabastecimento tem "graves consequências sociais, ao serviço de transporte e tráfego, em eventuais gastos desnecessários do poder público e da população, de interesse difuso ou coletivo, vitimando a população paulistana", informou a Promotoria.

Nesta quarta, a paralisação de caminhoneiros que atuam na distribuição entrou em seu terceiro dia sem que o problema tenha uma solução. Imaginando que as negociações determinem nas próximas horas o fim da paralisação, o Sincopetro-SP, sindicato que representa os postos de gasolina da Grande São Paulo, enviou um ofício à Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) pedindo que a Prefeitura de São Paulo suspenda a restrição por sete dias assim que a greve dos caminhoneiros acabar. O objetivo é poder reabastecer os postos da Grande São Paulo de forma mais rápida.

O pedido é para que as 27 vias para qual a restrição foi ampliada no final do ano passado deixem de ter limites à circulação dos caminhões. Na prática, o pedido vai pressionar o prefeito Gilberto Kassab (PSD) a rever sua própria decisão de não voltar atrás na ampliação da restrição de circulação dos caminhões. A inclusão das novas vias, entre elas a Marginal Tietê, e a ampliação do horário da restrição vêm sendo motivo de queixas dos caminhoneiros, que promovem um desabastecimento na Grande São Paulo. Segundo o presidente do Sincopetro, José Alberto Gouveia, quase 100% dos postos já estão sem gasolina.

Em nota, a Secretaria Municipal de Transportes (SMT) informa que não haverá acordo. “Entendemos que os horários definidos para o transporte de cargas e também para o transporte de cargas perigosas definidos são suficientes para que as empresas possam realizar o abastecimento na cidade", afirma o comunicado.

A pasta acrescenta que a categoria do transporte de combustíveis, que foi a primeira a sofrer restrições no Minianel Viário e Marginal Tietê no ano passado, "com proibição de circular entre 5h e 10h e 16 e 21h, conseguiu se adequar às normas”.

Segundo o Sincopetro, motoristas que saíam de bases de Cubatão, no litoral, e Paulínia, no interior, também foram barrados, como já vinha acontecendo nas distribuidoras da Grande São Paulo. “Quando perceberam que os caminhões viriam para São Paulo, [os manifestantes] bloquearam esses locais também”, afirma Gouveia.

Por enquanto, a prioridade do abastecimento é para os serviços essenciais, como aeroportos, empresas de ônibus e de coletas de lixo, por exemplo. Apenas 10% vão para os postos.

A paralisação
Desde segunda, os motoristas de caminhões-tanque paralisaram as atividades em protesto contra as restrições de circulação na Marginal Tietê e em outras vias do Minianel Viário. Os caminhões estão proibidos de trafegar nessas vias das 5h às 9h e das 17h às 22h de segunda a sexta e das 10h às 14h aos sábados.

Na terça, um gabinete de crise começou a funcionar para garantir a entrega de gasolina, diesel e etanol. Caminhões saíram de refinarias escoltados pela PM. Um dos primeiros lugares a receber combustível foi o Aeroporto de Congonhas, na Zona Sul de São Paulo.
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