Imprimir

Notícias / Brasil

‘Eu pedi para ele não ir’, diz mulher de mergulhador desaparecido

G1

Na manhã desta segunda-feira (12), a equipe de reportagem do G1 conversou com as duas mulheres dos mergulhadores desaparecidos na pedreira de Salto de Pirapora, no interior de São Paulo.

Nervosas e apreensivas, as duas esposas contam que pediram para os companheiros não irem ao local. Muito emocionada, Graziele Tunis, mulher de Alessandro Varani, diz que na semana passada o empresário teve uma semana de muito trabalho e pediu à esposa para fazer o que ele mais gostava “Ele me disse que precisava soltar umas bolhas, eu pedi para ele não ir, mas não pude evitar ”, conta.

A mesma situação viveu Milna Garcia, mulher de Rodrigo, também desaparecido. “Eu pedi para ele ir comigo a um churrasco, mas ele nunca recusava convites do melhor amigo e acabou indo mergulhar,” relatou.

Alessandro Varani e Rodrigo Garcia, ambos de 29 anos, moradores do ABC paulista, eram muito amigos. Segundo os familiares, os dois adoravam o esporte. O local escolhido deste sábado (10) era conhecido de Alessandro. Segundo a esposa, essa era a quinta ou sexta vez que ele visitava a pedreira.

De acordo com Graziele, todas as vezes que Alessandro foi mergulhar na pedreira, os relatos eram os mais felizes. “Ele adora aquele lugar. Uma vez ele me disse que chegou até um carro que esta no fundo do lago, nunca me disse que passou algum perigo lá", conta

Diferente de Alessandro, Rodrigo chegou ao local pela primeira vez, de acordo com sua esposa. Neste sábado, ele levava equipamentos novos, comprados nos Estados Unidos.

Os dois mergulhadores acordaram cedo e chegaram ao local com mais um amigo. Eles entraram no lago por volta das 15 h e desde então, estão desaparecidos.

Sobre a experiência de Alessandro, a mulher relata que ele sempre foi muito cauteloso e preocupado. “Ele usa os melhores equipamentos e faz manutenção toda semana. Tinha cursos e conhecia o lugar. Ele me disse que ia descer só 17 metros”, desabafa.

As buscas foram retomadas na manhã desta segunda-feira (12). O local, segundo o Corpo de Bombeiros é considerado de difícil acesso, já que tem uma profundidade de 90 metros. A previsão é as buscas continuem até o fim do dia. Até as 10h30 desta manhã, os dois continuavam desaparecidos.

Bombeiros informaram no fim da manhã que um equipamento chamado de robo, deve ajudar nas buscas, mas ainda não foi utilizado. Equipes do exército foram chamadas para ajudar na procura.

Por meio de uma nota, a Votorantim Cimentos, proprietária do local, lamenta o ocorrido e coloca-se à disposição das autoridades competentes para investigação do fato. A pedreira está fora de operação há dez anos e a empresa informou que cumprirá as determinações do para isolamento da área.
Imprimir