O advogado Sebastião Carlos Araújo Prado será interrogado novamente logo mais, às 15 horas, para prestar esclarecimentos no caso do suposto suicídio da estudante Eiko Uemura. Segundo seu advogado de defesa, Ulisses Rabaneda, Sebastião irá assumir o romance que mantinha com Eiko, ao contrário do que havia afirmado nas primeiras declarações à polícia.


O depoimento será prestado ao delegado João Bosco, na Delegacia de Chapada dos Guimarães. Rabaneda diz que seu cliente, que é casado, não assumiu o caso amoroso com a jovem Eiko logo no início para preservar a família. “Mas hoje ele irá depor e esclarecer tudo isso”, diz o criminalista Ulisses Rabaneda.


O romance com Eiko já durava há cerca de um ano. A jovem vinha a algum tempo demonstrando interesse em sair de casa e, com esse argumento, pediu a Sebastião Carlos que guardasse umas jóias, alegando que eram suas. Segundo Rabaneda, ainda, a jovem queria que tais jóias estivessem com o amante para que ela tivesse alguma segurança se, quando saísse de casa, fosse proibida de levar seus pertences.


Essa é a explicação de Sebastião Carlos pela posse de jóias da moça, como conta Rabaneda. O criminalista diz que não sabe o valor exato das jóias, e conta que elas foram entregues por Sebastião para o Gaeco, ontem.


Caso Eiko

Eiko era sobrinha do empresário Júlio Uemura, preso no dia 4 de março durante a "Operação Gafanhoto", executada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público Estadual. Júlio Uemura é acusado de ser líder de uma organização criminosa especializada em aplicar golpes financeiros. A garota está na lista das 30 pessoas denunciadas na operação. No dia 29 de abril ela, supostamente, cometeu suicídio, em Chapada dos Guimarães, pulando do Portão do Inferno. Um laudo preliminar da necropsia constatou que a garota não teve nenhuma lesão anterior à queda.