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Notícias / Ciência & Saúde

Conselhos de Medicina vão percorrer regiões com piores IDH com Caravana Nacional da Saúde

Da Assessoria/ CFM

Representantes dos Conselhos Regionais de Medicina percorrerão cidades com piores Índices de Desenvolvimento Humano (IDH) de todo país para avaliar as condições locais das unidades de saúde, fiscalizar hospitais e buscar junto a comunidade as percepções sobre a qualidade de vida. A proposta é visitar três municípios por estado até o dia 18 de abril, sendo que o principal objetivo é traçar a radiografia da assistência em regiões pobres. Os resultados das visitas serão condensados em um relatório e encaminhados ao Ministério da Saúde, Ministério Público, governos estaduais e outras autoridades de saúde.

O projeto tem inspiração na Caravana da Saúde promovida pelo Conselho Regional de Medicina do Estado de Pernambuco (Cremepe). Durante sete anos, a entidade percorreu todos os municípios daquele estado visando conhecer a realidade e as necessidades do povo pernambucano. A decisão foi aprovada durante o I Encontro Nacional dos Conselhos de Medicina de 2012 (I ENCM 2012), evento que ocorreu entre os dias 7 e 9 de março, em Brasília. O projeto Caravana Nacional da Saúde será coordenado pela Comissão de Ações Sociais do Conselho Federal de Medicina (CFM).

Experiência - Através de pesquisa realizada nas ruas com a população, a Caravana pernambucana abordou nos sete anos temas como: coleta de lixo, saneamento, qualidade da água, distribuição de remédios, educação, violência contra mulher, abuso sexual contra crianças e adolescentes, racismo, gastos do município com a saúde, controle social, desemprego, alcoolismo, drogas e distribuição de merenda nas escolas. Além da população, também foram ouvidos prefeitos, secretários de saúde, conselheiros municipais tutelares e de saúde. Paralelamente, foram realizadas fiscalizações nos hospitais e nos postos de saúde.

Segundo o tesoureiro do Cremepe e membro da Comissão de Ações Sociais do CFM, Ricardo Paiva, dentre os aspectos identificados, alguns foram considerados alarmantes como, por exemplo, o elevado índice de mortalidade infantil, analfabetismo de adultos, falta de saneamento básico, falhas no programa “Bolsa Família”, ausência de campanhas para idosos e pessoas com deficiência, baixa qualidade do ensino público, defasagem salarial dos professores e elevado índice de abuso e exploração sexual infantil. “Esse último foi, de fato, algo que mais mexeu com a Caravana”, apontou.
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