Imprimir

Notícias / Meio Ambiente

Lago de Belo Monte vai afetar mais moradores que previsto, diz estudo

G1

Estudo realizado pela Universidade Federal do Pará (UFPA) indica que o número de moradores impactados pela inundação do lago da hidrelétrica de Belo Monte em Altamira (PA) pode ser 55% maior que o registrado nos estudos ambientais da usina, informou o Ministério Público Federal no Pará (MPF-PA).

O levantamento feito a pedido do MP indica que o total de pessoas atingidas na cidade será de 25,4 mil moradores, e não de 16,4 mil, conforme previsão registrada no relatório de impactos ambientais do projeto. O MPF afirma que a "discrepância entre os resultados é causada, em resumo, porque os cálculos foram feitos a partir de referências diferentes".

O órgão diz ainda que a UFPA se baseou apenas em um marco topográfico homologado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), enquanto a equipe contratada pela Norte Energia S.A (Nesa), empresa responsável pela construção da usina, teria adotado uma série de outros pontos topográficos que estão desatualizados ou que não são do IBGE.

A Norte Energia publicou nota dizendo que ambos os marcos são homologados pelo IBGE, mas têm utilização de precisão e de finalidades distintas. Segundo a companhia, tais dados já haviam sido informados ao MPF em outubro do ano passado.

A empresa afirma que "o estudo da UFPA utilizou um marco que não se presta aos trabalhos de precisão de cota-altitude e, por isso, chegaram a conclusões errôneas". Além disso, a responsável pela construção de Belo Monte disse que houve erro ao afirmar que haveria maior superfície alagada e, portanto, maior número de famílias afetadas.
Imprimir