A bancada do PDT no Senado deu uma demonstração de independência e lealdade ao governo federal ao criticar manifestações públicas de alguns de seus membros da Câmara Federal cobrando a ocupação de cargos em troca de apoio a presidente Dilma Rousseff. A manifestação ocorre um dia após o PR do senador Blairo Maggi ter anunciado o racha por não ocupar o Ministério dos Transportes.

Em pronunciamento no plenário do Senado, o líder do partido Acir Gurgacz (RO) criticou líderes do PDT na Câmara Federal que têm cobrado do Palácio do Planalto a definição a respeito do substituto de Carlos Luppi no MInistério dos Transportes.

O recado foi dirigido ao deputado federal André Figueiredo, que causou mal-estar na bancada pedetista no Senado. Gurgacz disse que o PDT não está "colocando uma faca no pescoço" da presidente Dilma para a obtenção do cargo.

Para o senador Pedro Taques (MT), o PDT não precisa de ministério para continuar apoiando o governo da presidente Dilma.

"O PDT não é um partido que chantageia. Tenho defendido, sempre defendi e defendo que o PDT vai continuar apoiando as coisas boas da Presidência da República. Partido político não pode ser clientelista, fisiologista. O PDT é um partido sério e continuo defendendo que o PDT apoia o governo independente de Ministério", afirmou.

Questionado sobre diferentes posições entre o PDT no Congresso, Taques diz que o PDT da Câmara não fala pelo partido no Senado e afirmou ainda que o PDT não precisa de Ministério para apoiar o governo.

"Eu sou contra o aparelhamento do Estado por partido político. Eu volto a dizer. O PDT não precisa de ministério para apoiar o governo. O PDT continua na base independente de ministério, para mostrar que é possível fazer política de forma séria.

O senador Cristóvão Buarque (DF) chegou a dizer que Dilma vai fazer um favor ao PDT se não indicar um ministro para o trabalho. Buarque diz que não vê legitimidade em nenhum deputado federal para falar em nome do partido.