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Notícias / Ciência & Saúde

Origami vira trabalho terapêutico de pacientes de instituto de câncer

Folha Online

O mais famoso dos origamis, o tsuru, virou mote de trabalho terapêutico no enfrentamento do câncer para pacientes e seus acompanhantes no Instituto do Câncer Octavio Frias de Oliveira, em São Paulo. Símbolo de longevidade, a ave tsuru representa saúde e boa sorte.

A ideia de usar a dobradura japonesa na terapia surgiu no dia em que a psicóloga Samantha Moreira viu uma mulher confeccionando origamis enquanto aguardava a mãe nas sessões de quimioterapia. Depois, ela distribuía os tsurus nas salas de atendimento e recepções, colorindo o hospital.

Moreira conta que, conversando com a mulher, aprendeu que, na tradição japonesa, quando uma pessoa está doente, são oferecidos mil tsurus para que ela se restabeleça. Em cada um, a pessoa deposita sua esperança na recuperação do doente.

Nascia ali o programa "Tsurus e as dobraduras da vida", uma oficina terapêutica que funciona às quintas e sextas-feiras no hospital. No espaço, os acompanhantes e pacientes com câncer relatam sua história de vida e dividem as principais dificuldades enfrentadas no processo da doença. Ao final da sessão, inicia-se a produção.

"Faço uma relação da químio com o processo de confecção dos tsurus. Estimulamos o espírito de luta, a dedicação e o companheirismo entre pacientes e acompanhantes", diz Moreira.

Cada participante dobra dois pássaros: um para levar para casa e outro para deixar no instituto. Ficam todos, lado a lado, no peitoril das janelas do hospital.
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