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Jovens fazem mobilização para alertar sobre o alto número de casos de hanseníase no Brasil

ABr

 Mais de 120 jovens de todos os estados brasileiros participam hoje (13), em Brasília, de uma série de atos públicos para chamar a atenção da população e do poder público para os altos índices de casos de hanseníase no Brasil.

A mobilização foi organizada pelo Movimento de Reintegração das Pessoas Atingidas pela Hanseníase (Morhan). “A ideia é motivar o Poder Executivo, o Legislativo. A gente também quer sensibilizar os executivos municipais. Muito tem que ser feito pela hanseníase, mas depende do empenho de todos”, afirma o coordenador do Morhan, Arthur Custódio, em entrevista ao programa Cotidiano, da Rádio Nacional.

Pela manhã, o palco do ato público foi o gramado do Congresso Nacional. Os participantes estenderam no local um mapa de 90 metros quadrados, elaborado pelo artista plástico Siron Franco, indicando as regiões com maior incidência da hanseníase.

O Brasil lidera o ranking de incidência da hanseníase, com 21,94 ocorrências para cada 100 mil habitantes. A cada ano, são registrados 40 mil novos casos.

O motivo de o Brasil estar no topo da lista de países, segundo representantes de movimentos que lutam contra a doença, é a falta de políticas públicas, principalmente, as de iniciativas municipais. “Na verdade, 80% [da responsabilidade] de controlar e eliminar a doença está no município”, revela Custódio.

Para este ano, o Ministério da Saúde aumentou o valor de recursos para o combate à hanseníase. O repasse passou de R$ 700 mil para R$ 1,4 milhão. No entanto, os serviços de saúde estaduais e municipais precisam estar mais preparados para diagnosticar e tratar a doença. “O governo federal tem priorizado a hanseníase como qualquer outra doença, mas precisamos fortalecer os municípios”, diz a coordenadora do Programa Nacional de Controle da Hanseníase, Maria Aparecida de Faria.

A transmissão da hanseníase de pessoa para pessoa não é possível pelo toque mas pela respiração. Em geral, os germes são eliminados por gotículas da fala e são inalados por outras pessoas penetrando no organismo pela mucosa do nariz. “É pela fala, quando as pessoas trocam secreções”, explica o médico dermatologista Getúlio Moraes.

O tratamento dura de seis a doze meses, porém a transmissão da doença é eliminada já a partir do início das primeiras doses de remédio. “O primeiro comprimido mata 94% das bactérias”, revela o médico.
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