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Caso amoroso “caiu como uma bomba na familia”, diz advogado

Da Redação/Jardel Arruda

Indignação e dor. Esses foram os adjetivos que o advogado dos Uemura, Ricardo Monteiro, utilizou para definir como a família se sente com as especulações da imprensa sobre a morte da jovem Eiko Uemura ser um processo de ‘queima de arquivo’ referente às investigações da Operação Gafanhoto. Para ele, a imprensa esqueceu que família acaba de perder um ente querido.

Ricardo Monteiro revelou, em um verdadeiro desabafo ao Olhar Direto, sentir que a imprensa desviou o foco dos fatos quando passou a tratar do furto das jóias como centro dos acontecimentos. Segundo ele, a preocupação maior da família é esclarecer a morte da garota, que era como uma filha e não acusar alguém de furto. “As jóias são só um detalhe, dentre outros, que não coincidem”, afirmou.

Outro motivo de revolta por parte da família Uemura foi uma declaração de Ulisses Rabaneda, advogado do amante de Eiko, em que ele põe em ‘cheque’ os motivos da família não ter procurado saber das jóias antes, já que de acordo o amante, Sebastião Carlos, elas haviam sido furtados no inicio de abril.

Ataques -“As jóias estão com meu cliente desde o início de abril. Por que a família foi prestar queixa tão tardiamente? É ai que tem que ser esclarecido.” Esta foi à declaração, do advogado de Sebastião Carlos, que gerou um mal estar na família Uemura. 

Ricardo Monteiro classifica a atitude de Ulisses como um ataque desnecessário à família. Ele diz ‘até entender’ que é uma estratégia de defesa adotada, mas responde a altura e ainda alfineta o Rabaneda: “Naquela família não tem madame não. Tem feirantes. Eles começam a trabalhar todos os dias a 01h da manhã. Pode ir na feira que você vai encontrá-los. Jóias são para festas. Agora eu pergunto para ele: Será que ele anda com um relógio de R$ 70 mil no dia-a-dia?  Na feira?”

O advogado dos Uemura ainda lembra que Sebastião Carlos mentiu em seu primeiro depoimento e agora tenta jogar dúvidas sobre a palavra da família que acaba de perder um ente querido.

“No primeiro depoimento não falou nada sobre as jóias. Depois voltou atrás.Em meus 20 anos de advogando eu aprendi uma coisa: quem mente para menos sempre mente para mais”, disparou Monteiro, deixando pairar especulações sobre a veracidade do que disse Sebastião Carlos. Ele também cita o fato de Sebastião Carlos ter se identificado com plenos poderes de advogado sobre Eiko, sendo que isso nunca foi verdade.


Transparência – o advogado dos Uemura conta que tamanha é a preocupação com a transparência do caso, que enviou uma petição ao diretor geral da Policia Civil de Mato Grosso para que fosse designado um delegado especializado para auxiliar João Bosco, delegado de Chapada dos Guimarães que está à frente do caso. “Como delegado do interior ele tem muito trabalho, uma região muito extensa para cobrir. Pedimos para disponibilizarem todos os recursos da policia para o caso”, explicou Ricardo Monteiro.

Vale lembrar que João Bosco foi delegado titular da Delegacia de Homicídios de Cuiabá  por mais de dois anos. Durante sua titularidade, a delegacia atingiu um índice de 98% de casos solucionados.

Outra petição também foi enviada ao Ministério Público, endereçada ao procurador Marcelo Ferra,  solicitando um promotor especial para o caso. De acordo com o advogado da família, isto é mais uma prova da cooperação dos Uemura e de sua preocupação em descobrir a verdade atrás dos fatos. “Queremos um promotor especial não por desconfiar do trabalho da policia, mas para trazer mais transparência ao caso.”

Ainda sobre a transparência no caso, Ricardo Monteiro disse que a família concorda com a cobertura do caso que está sendo realizada pela imprensa. Segundo ele, com a mídia ‘em cima do caso’, fica garantida uma maior legitimidade no resultado da apuração da verdade.

Caso amoroso e jóias - O advogado dos Uemura confirma o que já havia sido divulgado anteriormente. Em conversa com a família, ele disse que nem 30% das jóias foram devolvidas ao Gaeco. Contudo, ele diminui a importância de se recuperar as jóias e foca a solução da morte da jovem.

“A família não está preocupada com a questão das jóias. Isso se trabalha e conquista de novo. O importante é descobrir a verdade sobre a morte da Eiko.” Ele lembra que a garota foi criada pela família e era tida como uma verdadeira filha. Diz que todos que a conheceram só têm elogios a tecer e que não é o fato dela ter levado as jóias, que muda a dor da família ou a opinião deles sobre ela.

Em relação ao caso da jovem com o advogado Sebastião Carlos Prado, casado com Gilian Prado,   Ricardo Monteiro confirma que ninguém da família de Eiko tinha conhecimento. “Ninguém da família sabia. Caiu como uma bomba no colo da família”.

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