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Responsável por licitação diz que foi orientada a ‘só assinar’

Da Redação - Lucas Bólico

O depoimento da presidente da Comissão de Licitação das obras realizadas em 2009 na Câmara Municipal de Cuiabá pode complicar a situação do vereador Deucimar Silva (PP), presidente do Legislativo durante a reforma. De acordo com Izanete Gomes da Silva, Deucimar teria dito que ela só precisava assinar a papelada da obra, sem nem ler ou participar da feitura da documentação.

Servidora do Legislativo há quase 29 anos, Izanete conta que não queria aceitar presidir a Comissão de Licitação, mas que acabou convencida por outra servidora da casa, a secretária de Finanças.
 
Após aceitar a incumbência, Izanete teria sido orientada por Deucimar que sua única responsabilidade seria assinar a licitação no dia da abertura da concorrência.

A servidora foi nomeada presidente da comissão no dia 1º de abril de 2009, mas só atuou em 29 de dezembro daquele ano, durante a abertura dos envelopes das empresas que concorriam no certame.

Na ocasião, a presidente da comissão assinou a licitação, com as planilhas com sobrepreços, de acordo com o que apontou o Tribunal de Contas do Estado (TCE). “Eu assinei, mas não li”, afirmou durante a oitiva.

O que ainda não ficou esclarecido após a oitiva da servidora, do secretário de Habitação, João Emanuel, e do arquiteto responsável pela obra, Carlos Anselmo de Oliveira, foi quem fez as planilhas com sobrepreços nos produtos e superestimativa nos valores dos serviços prestados na reforma.

O secretário de Habitação afirma que apenas cedeu o engenheiro da pasta para prestar serviço na Câmara, em acordo selado por um termo de cooperação. O engenheiro cedido pela prefeitura, Carlos Anselmo de Oliveira, afirmou à CPI que as planilhas foram entregues prontas “por gente da Câmara” e ele apenas assinou. A presidente da Comissão de Licitação também diz não ter feito nada, apenas assinado.

Bode expiatório

Para o presidente da CPI que apura o superfaturamento de mais de R$ 1 milhão, Edivá Alves (PSD), a servidora da Câmara foi usada como bode expiatório no esquema de desvio de dinheiro. “Chamara ela, não explicaram direito, ela aceitou e foi assinando”, afirmou o parlamentar após comandar a oitiva.


Atualizada às 20h16.
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