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Notícias / Educação

Pesquisa mostra que professores culpam os pais por notas baixas dos alunos na escola

Da Assessoria/ Planeta Educação

Os alunos têm maior dificuldade em aprender porque os pais não os acompanham nos estudos? Para 88% dos professores do nível fundamental da rede pública no país, sim. Este é o resultado de um levantamento feito pelo Movimento Todos Pela Educação, com respostas dadas por professores da rede pública na Prova Brasil, do INEP.


No ‘Questionário do Professor’ da Prova Brasil de 2009, os professores receberam uma lista de possíveis causas para problemas de aprendizagem dos estudantes. Quase todos concordaram com a resposta “Falta de assistência e acompanhamento da família nos deveres de casa e pesquisas do aluno”.


É certo que a capacitação de professores e escolas com boa infraestrutura são essenciais para a melhoria do ensino, mas esses dois fatores podem não ser suficientes para garantir o bom desempenho dos alunos no aprendizado. A família, e não apenas a escola, tem um papel fundamental na educação das crianças. Essa constatação já tinha sido feita em 2010 pela Prefeitura Municipal de Osasco, na Grande SP, por meio da Secretaria de Educação, que vem desenvolvendo desde então um programa inovador chamado A Escola vai para Casa.


O objetivo do programa, implantado com assessoria da Planeta Educação – empresa especializada no desenvolvimento de soluções educacionais inovadoras – é aproximar e estreitar as relações entre professores e pais. Para isso, agentes educacionais visitam a casa dos alunos para conhecer o ambiente familiar e a realidade de cada criança. Conversam, fazem anotações e dão dicas e conselhos aos pais, no intuito de melhorar o aprendizado desses alunos na escola.

“Entendemos a educação como um tripé, que envolve ações da Secretaria de Educação, da escola e da família. Por isso, a importância do projeto. É fundamental saber como vive o aluno, quais as suas dificuldades. Tudo o que acontece em casa interfere de algum modo no seu comportamento na escola, no seu desempenho nas aulas e nas provas”, diz a secretária de Educação de Osasco, Maria José Favarão, mais conhecida como professora Mazé. “Com essa aproximação, já temos uma base para analisar cada situação e assim começar a lidar melhor com os problemas. Por outro lado, a família se sente valorizada com a atenção dada pela escola àquela criança e se envolve mais no processo educacional”, conclui.


Professores, alunos e pais são só elogios ao projeto.


“Diante do caso de uma aluna que necessitava de cuidados, solicitei a visita de uma agente educacional à sua casa. Depois do relato sobre a visita, descobri que a criança tem uma vida difícil, um contexto familiar complicado. Isso fez com que eu desenvolvesse um trabalho diferenciado para que essa aluna pudesse acompanhar o desempenho da turma”, afirma a professora Elizandra Barbosa, da EMEF Prof. Valter de Oliveira Ferreira. “Mas o mais importante foi que agora, depois dessa visita, a aluna está mais interessada e frequenta mais as aulas”, continua Elizandra.


Já para a professora Fátima, diretora da EMEF Alípio da Silva Lavoura, “o programa está sendo de grande valor para a minha escola, pois estamos melhorando o vínculo com as famílias e conhecendo melhor nossos alunos. Quando temos um caso que para nós, da escola, está sendo complicado, podemos agora contar com as agentes educacionais, que buscam o auxílio familiar. Sabemos que só com vontade e comprometimento de todos, escola e pais, podemos ter uma educação de qualidade”.

“Agradeço muito a colaboração dessas pessoas que se dispõem a ir à nossa casa, como a Helena, que nós conhecemos. Vi como seu trabalho é sério. Parabéns e obrigada por existirem pessoas como vocês, que querem verdadeiramente ajudar nossos filhos”, conclui Rosana Santos, mãe da aluna Nádia Lana, da turma 1ºC da EMEF Tobias Barreto de Menezes.

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