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Notícias / Economia

Empresas envolvidas na Operação Cupim são suspensas

Da Redação/KM com assessoria

Dezessete empresas tiveram as inscrições estaduais suspensas pela Secretaria de Fazenda de Mato Grosso (Sefaz-MT) por suposta extração, transporte ilegal de madeira, sonegação fiscal, denunciadas durante a “Operação Cupim”, deflagrada dia 11 de maio pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) e Ministério Público.

Das empresas suspensas pela Sefaz, sete foram encaminhadas pela PRF como diretamente envolvidas, sendo a exclusão das outras dez fruto do cruzamento de dados da Secretaria que os apontou como fornecedores do grupo principal.


A Sefaz investiga se outras empresas também atuaram no esquema de sonegação fiscal, sendo todos os dados obtidos até o momento encaminhados para a PRF e o MP.

Sobre os valores sonegados, o secretário de Fazenda, Eder Moraes, avisou que a equipe técnica da instituição está apurando todo o crédito tributário que será cobrado das empresas envolvidas.

Além das empresas que tiveram sua inscrição estadual suspensa, ele adiantou que outros empresários estão sendo ingressos no Canal Vermelho do Estado, ficando assim com seus direitos restritos. “Eles terão de pagar seus impostos de transporte na barreira, carga a carga, perdendo o benefício de 30 dias para quitar o ICMS. São empresas que passaram a ser classificadas como de alto risco para o Estado”, alertou.

Mesmo sem funcionários da Fazenda Estadual indiciados pela operação Cupim, o secretário-adjunto de Receita Pública da Sefaz, Marcel Souza de Cursi, afirmou que a Corregedoria Fazendária foi acionada e está investigando se houve facilitação por parte de servidores e terceirizados do Fisco Mato-grossense. “Se tivermos algum caso dentro da Secretaria, o servidor será afastado durante o processo de investigação”, disse. 

Esquema

Conforme investigações, o grupo era liderado pelo empresário do ramo de transportes, Júlio Alberto Pereira Pinto (31), preso em Sinop, e proprietário das empresas Silver Line Transporte e Logística Ltda e J.A. Pinto Transporte Ltda. Elas eram responsáveis por transportar madeiras oriundas do Estado para São Paulo, Santa Catarina e Paraná.

Servidores das secretarias de Fazenda e de Administração acobertavam o transporte e comercialização de madeiras, como Peroba e Castanheira, inclusive em área de proteção e reservas indígenas.

Empresários de Sinop e Marcelândia (MT) eram responsáveis pela extração irregular de madeira. Caminhões e carretas assumiam o transporte dos produtos florestais, que quase sempre eram misturados ao pinus, madeira de pouco valor e de livre comércio, para não levantar suspeitas.

A prova de especialização do grupo estava no esquema de sonegação tributária. Uma mesma nota fiscal era emitida para até cinco carregamentos simultâneos, que utilizavam o Mato Grosso do Sul como corredor para chegar aos mercados de São Paulo e Paraná. Se um dos veículos fosse fiscalizado, imediatamente os demais eram avisados e orientados a interromper a viagem, até que a nota fiscal que eles portavam fosse substituída.

Denunciados

Júlio Alberto Pereira Pinto, suspeito de liderar a quadrilha, a esposa Karine Zanotto, além de Cláudio Aparecido Pereira Pinto e Hélio Della Vedova de Araújo foram presos nos municípios de Sinop e Marcelândia. O outro acusado Hélio Alexandre Pires de Araújo, filho de Hélio Della Vedova, foi detido por porte ilegal de arma.






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