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Flanelinhas chegam a cobrar R$ 1 mil por ponto de rua em Sorocaba, SP

G1

O motorista que caminha pelas ruas de Sorocaba (SP), principalmente pelo Centro da cidade, não tem como se livrar deles. Os flanelinhas estão por toda parte: em frente a hospitais, nas imediações dos shoppings. É só estacionar o veículo que a pergunta logo surge: "Posso dar uma olhada no carro aí, meu?", diz um dos guardadores.

Durante dias, a reportagem do Tem Notícias percorreu ruas e descobriu que apesar da via ser pública, é possível cobrar um ponto. Cada um tem um preço que varia de acordo com movimento de veículos. Pelo ponto perto do prédio do INSS, por exemplo, os flanelinhas chegam a pedir R$ 1 mil, como mostra a reportagem.

A constatação não poderia ser outra. As ruas do Centro têm donos e quem quiser entrar nesse mercado rentável vai ter que pagar aluguel. "R$ 35 por dia e pode chegar a R$ 50. O cara ganha R$ 200, paga R$ 50, ta bom, né?", pergunta um dos guardadores.

O trabalho é sem regulamentação. E como ninguém paga imposto, é possível tirar um bom dinheiro no final do dia. "Se você achar um ponto bom mesmo, tira R$ 70, R$ 80 por dia", explica um deles. A produção tentou um espaço para trabalhar em frente à Santa Casa, mas não conseguiu. A recomendação foi para procurar uma das ruas do Centro. "Dá uma olhada na travessa da Brigadeiro Tobias, naqueles lados", diz um dos guardadores.

Em uma via onde há clínicas médicas, escritórios e escolas, o flanelinha autoriza o trabalho. Mas faz um alerta: "O que você não pode fazer é você pegar carro dos caras lá de cima, porque é B.O. (problema). Os caras lá 'é' tudo usuário de drogas. Se tiver loucos, eles partem pra cima mesmo!", salientou.

O problema é que a intimidação também atinge motoristas que são obrigados a dar a quantia que eles pedem. Isso porque os flanelinhas sabem que não serão punidos. " Polícia não gosta da gente não, mas não tem nada a ver, não. Eles não mandam na rua", fala um dos guardadores. E continua: "Se você pegar, tratar uma pessoa mal, alguém chamar a polícia pra você. Aí a polícia vem e tira você da rua, manda você ir embora e depois você volta de novo!", desvenda.

Uma solução das autoridades para o problema seria a instalação dos parquímetros, equipamentos em que o motorista escolhe o tempo que vai estacionar e paga por isso. Mas os flanelinhas dizem que pelo menos até 2013 estão sossegados. "Esse ano aqui não vão mexer porque é eleição pra prefeito e vereador, né?", explica.


Outro lado
Por nota, a URBES – Trânsito e Transporte informa que não exerce fiscalização na atividade dos flanelinhas. A orientação é que para os casos de incomodo provocado por intimidações ou outras posturas dos guardadores, os condutores de veículos devem procurar a autoridade policial e registrar a queixa.

Quanto aoo processo de concessão da implantação de modernização dos serviços de zona azul, a empresa i relata que não há custo ao Poder Público, ao contrário, além da arrecadação de impostos o serviço será oneroso. A adoção de parquímetros multi vagas é uma tecnologia que é considerada em todos os estudos de modernização do setor.
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