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Sob fracasso iminente, Joel não se sente ameaçado: ‘Estou à vontade’

Globo Esporte

Refazer conceitos, avaliar produtividade e promover mudanças. Joel Santana não deu detalhes, não se aprofundou nos temas, mas deixou claro que pretende fazer mudanças no grupo do Flamengo. Nesta quarta-feira, após a derrota por 3 a 2 para o Emelec, que deixou o time bem perto da eliminação na primeira fase da Libertadores, o treinador evitou criar polêmica e tomou cuidado com as palavras ao falar ainda sob efeito do resultado negativo.

- Temos que sentar, conversar, rever. Este ano começou muito difícil para o clube, desde o início da pré- temporada. A equipe não consegue decolar e já era para ter decolado desde o jogo contra o Olimpia (empate por 3 a 3, no Rio). Ela oscila muito. Futebol não se joga só por 45 minutos, você joga os 90. Alguma coisa tem que ser revista. Temos que conversar com os jogadores, principalmente os mais experientes. Vamos tirar a garotoda disso, pelo amor de Deus. Eles estão indo muito bem.

Joel Santana não citou nenhum dos jogadores mais rodados e procurou dividir a responsabilidade pelo momento ruim com eles.

- A responsabilidade é nossa. Transmitir responsabilidade para qualquer pessoa nessa hora é covardia. É hora de estudarmos. Estamos precisando melhorar alguns setores. Mas isso temos que conversar com calma.

Contra os equatorianos, o técnico completou 15 partidas nesta quinta passagem pelo clube. Até aqui, foram nove vitórias, dois empates e quatro derrotas, com aproveitamento de 64,4%. Depois de ter sido eliminado pelo Vasco na semifinal da Taça Guanabara, o time é o líder do Grupo A da Taça Rio e está perto da classificação para a próxima fase. O problema é que o principal objetivo do clube no primeiro semestre é a Libertadores, que pouco a pouco fica distante. Com o fracasso próximo, Joel diz que não se sente ameaçado, mas a produtividade dele também está em xeque.

- Não vou falar disso. Tem que falar com a presidente do clube (Patricia Amorim). Eu me sinto à vontade, para mim não tem problema. Não tenho problema com nada. Não sei (se está garantido), não sou eu quem vai responder. Tem que ligar para a presidente e perguntar. Estou tranquilo e à vontade, mas muito à vontade. Não vou dizer que estou nervoso, não estou preocupado com isso.

Por outro lado, Joel citou até exemplo do técnico há mais tempo no comando de um time de futebol para deixar claro o desejo de continuar no clube.

- Deixei o emprego garantido (no Bahia) para vir para o Flamengo por um pedido particular. Deixei muitas coisas lá, tanto que meu time está lá para ser campeão. Ou não está? Pelo menos teoriamente. Acho que temos que ser mais profissionais neste aspecto, principalmente com profissionais que têm um lastro. O Manchester United saiu da Liga dos Campeões e o cara lá não foi despedido (Alex Ferguson, que está há mais de duas décadas do cargo). Não vim para cá para fazer aventura. É a quinta vez no Flamengo. Estou procurando fazer o melhor, botando o que tenho de melhor. Se começar a me preocupar com isso (demissão), não vou dormir. Tenho bom relacionamento com o clube, acho que isso não leva a lugar nenhum. Tenho de ficar tranquilo e procurar soluções para a equipe e para o clube.

Joel Santana deu a entender que já fez uma análise do grupo e conversou com a diretoria antes mesmo do jogo contra o Emelec. Mas parece não ter havido consenso sobre as medidas que serão tomadas.

- Temos que melhorar. No outro dia fiz uma avaliação dentro do que percebi e as coisas não foram interpretadas da maneira que eu coloquei. Mas nós temos que avaliar alguns setores, produtividade, trabalho. Estamos tomando gols demais e não é normal. É desagradável, triste, mas nós temos que reavaliar muita coisa. O clube está procurando me dar o que pode. Às vezes, você quer a BMW, mas o clube não pode. Tem que pegar algo menor. O clube pagou o salário de todo mundo, dos jogadores, dos funcionários, e dentro das suas possibilidades está tentando fazer o melhor. Eu também. Agora, existem avaliações que temos que fazer dentro do nosso grupo. Isso é produtividade. A gente sabe quem produz mal, bem, quem produz alguma coisa. As grandes empresas funcionam assim.

O Flamengo volta a jogar neste sábado, às 18h30m (de Brasília), contra o Vasco, pela sétima rodada da Taça Rio. Na Libertadores, vai entrar em campo na quinta-feira, contra o Lanús, no Engenhão. Precisa vencer os argentinos, já classificados, e torcer por um empate entre Olimpia e Emelec, no Paraguai. As duas partidas ocorrem às 19h30m (de Brasília).

É a 11ª vez que o Flamengo participa da Libertadores. Só em duas oportunidades o Rubro-Negro não passou pela fase de grupos. As únicas eliminações foram em 1983, quando apenas o vencedor do grupo seguia, e em 2002, quando terminou em último lugar de sua chave.

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