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Investigação diz que funcionário da Polícia Federal era espião do bicheiro Cachoeira

G1

As investigações sobre a quadrilha do bicheiro Carlinhos Cachoeira, preso em fevereiro pela Polícia Federal (PF) sob a acusação de chefiar um esquema de jogos ilegais em Goiás, revelam que a organização criminosa tinha um funcionário da PF que atuava como espião.

Ele comandava a liberação de veículos para os policiais e é apontado na investigação como um contato estratégico para Cachoeira dentro da PF em Brasília. A polícia informou que o funcionário foi afastado do cargo no dia que a operação foi deflagrada.

Segundo o inquérito da operação Monte Carlo, que resultou na prisão de Cachoeira, o "auxiliar administrativo e chefe da Divisão de Serviços Gerais", Anderson Aguiar Drumond, "recebia informações antecipadas sobre datas e locais de operações policiais". O setor dele é "responsável pelo fornecimento de viaturas e caminhões".

Segundo a PF, o servidor "repassava informações privilegiadas a um integrante da quadrilha, Idalberto Matias de Araújo, o "Dadá".

A polícia diz que Anderson Aguiar Drumond vazou informações de pelo menos três operações para combate do jogo ilegal entre dezembro de 2010 e março de 2011.

Em um diálogo, em dezembro de 2010, Dadá conta a Lenine, apontado como braço direito de Cachoeira, as informações que teriam sido vazadas por Anderson Drumond:

Dadá: É, o parceiro tá dizendo que os caras estão tudo pronto, já pediram esse reforço todo pra ir pra lá pra aquela região.
Lenine Araújo: Perfeito.
Dadá: Deve ser lá pra 6 horas, 7 horas.

Em fevereiro de 2011, Carlinhos Cachoeira autoriza Lenine a fazer o pagamento do informante.

Lenine: Tem aquele amigo... Pode passar alguma coisa pra ele? Aquele lá que passa as informações.
Cachoeira: É o dos carros, né?
Lenine: Exatamente
Carlinhos: Tá bom, passa lá.

Na contabilidade do grupo, aparece o nome "Ander" com o valor de R$ 3 mil, quatro dias depois da conversa.

De acordo com as investigações, Anderson Aguiar Drumond recebia pagamentos mensais do grupo do bicheiro. Além de atuar como informante, ele também providenciava, segundo a PF, a liberação de passaportes para pessoas indicadas pela quadrilha.

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