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Pais levam bebê com diagnóstico de acrania ao Supremo para poder subsidiar ministros sobre aborto

De Brasília - Vinícius Tavares

O Supremo Tribunal Federal (STF) reinicia nesta quarta-feira (11) o julgamento a respeito da descriminalização do aborto em casos de anencefalia, a ausêcia de massa encefálica em recém nascidos, e outras anomalias relacionadas à formação do feto. O aborto nestes casos é defendido por movimentos feministas e associações científicas sob a alegação de que o bebê não consegue sobreviver após o parto. No entanto, o procedimento é condenado por cristãos católicos e evangélicos e por entidades defensoras da vida.

Para dar testemunho de que a sobrevivência de crianças com diagnóstico de acrania é possivel e que só depende do amor, os pais de um bebê com estas características foram até o STF nesta terça-feira para levar a sua experiência pessoal aos ministros um dia antes da retomada do julgamento.

Os ministros que apoiam a legalização do aborto são Ayres Britto, Celso de Mello, Marco Aurélio Mello e Joaquim Barbosa. Desta forma, faltariam apenas dois votos para aprovar a descriminalização.

O casal Marcelo e Joana Croxato, pais da menina Amada Vitória de Cristo, de dois anos e três meses, que nasceu com má formação na calota craniana, reuniu-se com a ministra Rosa Weber. Sem manifestarem se são evangélicos ou católicos, mas sobretudo "cristãos", eles acreditam que a ciência não tem a última palavra.

"Queremos levar aos ministros do Supremo informações que os ajudem a tomar a melhor decisão neste assunto. A ciência não tem a última palavra. A última palavra é de Deus. É ele que decide as coisas. A nós coube dar todo o nosso amor à nossa filha", afirmou Marcelo.

Antes da reunião com a ministra, eles estiveram em reunião com a bancada evangélica da Câmara Federal. Na ocasião, os pais da menina disseram que a decisão de ter o bebê foi tomada assim que receberam o diagnóstico da anomalia. De acordo com a mãe da criança, não houve nenhuma complicação durante a gravidez.

"Ela nasceu de parto e cesariana com um apegar 7.8. Desde a sexta semana, quando soubemos do seu diagnóstico, a tratamos com muito amor. A nossa família teve receio num primeiro momento, mas nos deu todo o apoio quando anunciamos nossa decisão de tê-la", contou Joana.

Atualizada às 09h08 de 11/04
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