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Meus negócios são lícitos, diz dono de A Gazeta após depoimento em acusação de lavagem de dinheiro

Da Redação - Julia Munhoz

Superintendente do Grupo Gazeta de Comunicação, João Dorileo Leal prestou depoimento ao juiz Paulo Sodré, da 7ª Vara da Justiça Federal, na tarde desta quinta-feira (12). Ele afirmou estar tranqüilo mesmo após ter sido denunciado pelo Ministério Público Federal (MPF) por suposto envolvimento com o esquema de lavagem de dinheiro oriundo do jogo do bicho comandando por João Arcanjo Ribeiro.

“Minha vida é transparente e meus negócios são lícitos. Denunciado não quer dizer julgado e eu acredito no trabalho da Justiça”, declarou Dorileo durante entrevista ao Olhar Direto por telefone.

Conforme o MPF, a investigação instaurada para apurar o envolvimento do empresário foi resultado de um desmembramento de outros dois processos relacionados à Operação Arca de Noé, que investigaram, processaram e estão julgando diversas pessoas envolvidas na organização criminosa comandada por João Arcanjo por diversos crimes, entre eles evasão de divisas, sonegação fiscal, lavagem de dinheiro, formação de quadrilha, crimes contra a administração pública e falsidade ideológica.

Questionado sobre a possibilidade de seus adversário políticos utilizarem isso como tentativa de prejudicar sua imagem, já que Dorileo tem pretensões de disputar as eleições este ano pelo comando da Prefeitura de Cuiabá, o empresário reforçou que não teme esse tipo de acusação.

“A verdade é soberana”.

Dorileo explicou ainda ter sido a primeira vez que foi ouvido pela Justiça Federal no processo e já teria apresentado, inclusive, documentos que comprovariam sua inocência quanto à denúncia do MPF de que teria auxiliado a organização criminosa a lavar dinheiro fruto de atividades ilícitas.

Segundo o MPF, num período de 15 dias, em agosto de 2002, Dorileo recebeu um total de R$ 2,5 milhões das empresas Confiança Factoring, One Factoring e Cuiabá Vip Fomento, todas empresas de propriedade de João Arcanjo Ribeiro, tendo plena consciência de que tais valores eram oriundos de crimes.

Com intuito de dissimular a procedência ilegal do dinheiro, o empresário, que recebeu o montante dividido em vários cheques, fazia o saque na boca do caixa, depositava em contas bancárias pessoais ou do seu grupo de comunicação em pequenos valores bancários para não chamar a atenção e escapar às normas administrativas de controle impostas às instituições financeiras pelo Banco Central.

Para completar a lavagem do dinheiro, os valores depositados nas contas pessoais eram transferidos para as contas do Grupo Gazeta e usados para o pagamento de fornecedores ou de despesas da empresa.


Atualizada às 16h35
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