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Ministério vai intensificar assistência às vítimas de AVC no SUS

De Brasília - Vinícius Tavares

O Ministério da Saúde publicou no Diário Oficial da União desta sexta-feira (13) a portaria 664/2012 que estabelece novo protocolo de assistência ao paciente vítima de Acidente Vascular Cerebral (AVC) isquêmico e hemorrágico. O objetivo é ampliar a assistência às vítimas de AVC dentro do Sistema Único de Saúde (SUS).

Entre as novidades está a incorporação do trombolítico alteplase e o fornecimento de serviços habilitados para assistência às vítimas de AVC.  A Portaria prevê a criação dos Centros de Atendimento de Urgência, que serão classificados em três tipos, dependendo do porte e capacidade de atendimento.

Estes centros desempenharão um papel de referência no tratamento aos pacientes com AVC. A criação dos centros, por enquanto, está só no papel e será articulada entre governo federal, Estados e municípios.

O AVC é uma das mais importantes causas de mortes no mundo. Popularmente conhecido como derrame, a doença atinge 16 milhões de pessoas em todo o planeta a cada ano. Destes, seis milhões morrem.

Para enfrentar a epidemia, global e silenciosa, a Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda a adoção de medidas urgentes para a prevenção e tratamento da doença, com o objetivo de colocar o tema em destaque na agenda global de saúde.

“O nosso esforço é ampliar a rede de atenção básica, de prevenção e de tratamento com o objetivo de reduzir casos e óbitos. A linha de cuidado do AVC é uma das nossas prioridades e a incorporação tecnológica de qualquer procedimento ou medicamentos tem padrões para ser realizada”, explica o ministro da Saúde, Alexandre Padilha.

A meta do Ministério da Saúde é fortalecer a política de atenção às vítimas de AVC. O propósito é assegurar a todos os brasileiros que tenham um hospital de referência para o seu atendimento.

O uso do alteplase, somente em casos de AVC isquêmico agudo, consiste na aplicação de uma medicação por via endovenosa, que percorre a circulação até chegar ao vaso sanguíneo cerebral que está obstruído por um coágulo. Esta medicação desfaz o coágulo, desentupindo a circulação e normalizando o fluxo sanguíneo que chega ao cérebro.

O medicamento será fornecido pelos hospitais habilitados e ajudará a reduzir os riscos de sequelas e mortalidade. O alteplase diminui em 31% o risco de sequelas do AVC, isso significa recuperação do quadro neurológico de mais pacientes comparando com aqueles que não recebem o tratamento com alteplase.

O atendimento em Unidade de AVC com o uso do alteplase poderá reduzir em até 18% a mortalidade e 29% a chance do paciente ficar dependente de outra pessoa para as atividades diárias.

Investimentos

Até 2014, serão investidos R$ 437 milhões para ampliar a assistência a vítimas de AVC. Do total de recursos, R$ 370 milhões vão financiar leitos hospitalares.

Serão criados 1.225 novos leitos nos 151 municípios onde se localizam os 231 pronto-socorros, responsáveis pelo atendimento de urgência e emergência especializado em AVC.

A abertura dos novos leitos será definida entre o governo federal, juntamente com Estados e municípios. Outra parcela, R$ 96 milhões, será aplicada na oferta do tratamento com o uso de alteplase.

No Brasil, em 2011, foram realizadas 172.298 internações por em AVC (isquêmico e hemorrágico). Em 2010, foram registrados 99.159 óbitos por AVC.

De acordo com o documento, a Linha do Cuidado do AVC deve incluir, necessariamente, a rede básica de saúde, Serviço de atendimento móvel de urgência, unidades hospitalares de emergência e leitos de retaguarda, reabilitação ambulatorial, ambulatório especializado e programas de atenção domiciliar, entre outros aspectos.


Atualizada às 09h59
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