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Junta Militar de Mianmar veta advogado de líder da oposição

EFE

A Junta Militar de Mianmar (antiga Birmânia) vetou um dos advogados da líder da oposição, Aung San Suu Kyi, para que a defenda das acusações de violação à prisão domiciliar contra ela, após um americano ter entrado na casa da opositora, informou hoje o advogado Aung Thein.

Thein disse que a revogação de sua licença aconteceu ontem, um dia depois de a Nobel da Paz ser presa por violar as condições da prisão domiciliar à qual está submetida há seis anos.

Aung Thein foi na quinta-feira à penitenciária de Insein, onde está Suu Kyi, para defendê-la das acusações contra ela, depois que a própria pediu a presença de Thein entre seus advogados. Um dia depois, ocorreu a anulação de sua licença.

A Junta que governa Mianmar com mão de ferro ignorou a crescente pressão internacional para que liberte à militante pró-democracia, 63, que está em precário estado de saúde.

Estados Unidos, União Europeia, Reino Unido, Austrália, Nova Zelândia, Japão, Indonésia e Cingapura, assim como organizações lideradas pela ONU, Anistia Internacional e Human Rights Watch, pediram, sem sucesso, a libertação de Suu Kyi.

A única reação aparente do regime militar birmanês diante do encarceramento de Suu Kyi é a mobilização de pessoal do lado de fora da penitenciária de Insein, nos arredores de Yangun, para vigiar todos que passam pela área.

Suu Kyi e as duas mulheres que cuidam dela há anos --mãe e filha-- são acusadas de graves crimes que, no caso da líder birmanesa, poderiam levar a até cinco anos de prisão.

O julgamento começará na próxima segunda-feira na penitenciária, no qual também será julgado o americano John William Yettaw, que entrou na casa de Suu Kyi em 3 de maio, após atravessar nadando o lago que cerca a casa da opositora e burlar a vigilância militar.
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