Parece que ainda não será desta vez que o cidadão mato-grossense ficará livre da imagem de Éder Moraes com a caneta na mão e protagonizando fatos políticos que contaminam a já convalescida credibilidade do governo estadual, principalmente diante dos enormes desafios que o Estado enfrenta para manter a máquina pública, atrair investimentos, reduzir desigualdades e realizar a Copa do Mundo de 2014.

Em entrevista concedida ao Olhar Direto após reunião na sede do Ibama, em Brasília, o governador Silval Barbosa (PMDB) disse que existe a possibilidade do ex-secretário da Secopa assumir um novo cargo na administração estadual.

"Eu me sinto muito confortável, conversei muito com ele sobre os motivos da minha decisão. Quem sabe ele poderá estar no governo? Não na Secopa neste momento", especulou o governador.

Questionado sobre o teor da conversa com Éder e sobre quais os motivos o levaram a substituir o secretário responsável pelas principais obras para a realização da Copa do Mundo daqui a dois anos, o governador peemedebista tratou de minimizar a crise, alegou que se trata apenas de uma reforma no secretariado e negou pressão para a saída do ex-secretário.

"Tudo isso é uma reforma que está sendo feita. Foi uma decisão de governo. Não houve pressão nenhuma para a saída de Éder Moraes. Foi uma decisão de governo. Quem é governador sabe como é", declarou.

Ainda indagado sobre a demora na decisão de tirar Éder Moraes da Secopa após o ex-secretário ter se envolvido em tantas polêmicas e criado inúmeros desafetos, o governador afirmou que ninguém tem cargo assegurado em um governo e reclamou da imprensa "pelo alarde" feito em torno da crise que assola o seu governo.

"Em governo todo mundo troca. Ninguém é permanente nem vitalício num governo. Isso é uma coisa natural. Não vejo por que vocês criam tanta polêmica em torno de uma secretaria. Isso é coisa natural de governo", afirmou Silval ao decretar o fim da entrevista.



Atualizada às 10h45