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Justiça autoriza investigação sobre conduta de advogada de Lindemberg

G1

A Justiça autorizou a Polícia Civil a investigar a conduta da advogada Ana Lúcia Assad durante o julgamento de Lindemberg Alves, condenado no mês de fevereiro pela morte de Eloá Pimentel, em Santo André, no ABC. O pedido de investigação, feito pelo Ministério Público, em abril, foi deferido na sexta-feira (13) pela juíza Maria Lucinda da Costa, da 1ª Vara Criminal de Santo André, de acordo com o Tribunal de Justiça de São Paulo.

Durante o julgamento, a advogada Ana Lúcia, defensora de Lindemberg, discutiu várias vezes com a juíza Milena Dias, a promotora Daniela Hashimoto e os assistentes de acusação. A advogada chegou a dizer que a juíza deveria "voltar a estudar", após ser contrariada por reclamar de um ponto técnico durante o júri.

A magistrada considerou que houve crime contra a honra. Durante a leitura da sentença de condenação de Lindemberg, a juíza requisitou ao Ministério Público que apurasse a declaração dada pela advogada de defesa. A frase, segundo ela, foi proferida de "forma jocosa, irônica e desrespeitosa."

A advogada afirmou ao G1 nesta quinta-feira (19) que ainda não foi notificada formalmente da decisão judicial, que permite a abertura de um inquérito policial. “[Recebo a notícia] com serenidade, tranquilidade e calma até porque quem me defende é a OAB [Ordem dos Advogados do Brasil]”, afirmou.

Ana Lúcia Assad, de 35 anos, é advogada desde 2000. Natural de Guarulhos, na Grande São Paulo, tem um escritório de advocacia na cidade. Formada em direito pelas Faculdades Integradas de Guarulhos, é integrante da Comissão de Direitos Humanos da Ordem, que recebe denúncias de violações a esses direitos no município.

Julgamento
O julgamento aconteceu mais de três anos após Lindemberg Alves, de 25 anos, sequestrar e matar Eloá. Ele a manteve em cativeiro por mais de 100 horas em 2008. Ele foi condenado a 98 anos e 10 meses de reclusão pela morte de Eloá e pelos outros 11 crimes, como disparo de arma de fogo e cárcere privado, cometidos durante o sequestro. O júri composto por seis homens e uma mulher considerou que houve dolo (intenção) por parte de Lindemberg de matar Eloá - a defesa tentava convencê-los de que Lindemberg gostava da garota e não tinha a intenção de matá-la.
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