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Dilma defende relação estratégica com Brics e América Latina

Reuters

A presidente Dilma Rousseff defendeu nesta sexta-feira que a política externa brasileira priorize espaços onde o país não é "apenas ouvido", mas "protagonista", e afirmou que Brics, Ibas e América Latina têm um papel estratégico para o Brasil.

Em discurso na formatura de novos diplomatas, no Itamaraty, a presidente ressaltou que o momento atual é de "simultaneidades" no relacionamento com outros países. Ao mesmo tempo em que é preciso manter as relações com Estados Unidos e União Europeia, é preciso ter "presença fortíssima" na América Latina e cuidar de relacionamentos estratégicos com a Ásia, defendeu Dilma.

"É importantíssimo que simultaneamente saibamos que os Brics são estratégicos para o Brasil... Brics e Ibas (grupo que reúne Brasil, África do Sul e Índia)... significa que o Brasil tem um diálogo especial...Temos um fórum no qual o Brasil não é só ouvido, o Brasil é protagonista", afirmou ela.

A presidente defendeu que o Brasil demonstre, em sua relação com América Latina, que é possível manter relações mais equilibradas e não-imperialistas com seus vizinhos.

"Nós temos de mostrar aqui na América Latina que é possível uma relação econômica mais equilibrada, uma relação econômica de integração de cadeias produtivas e que os países diferenciadamente ganhem", afirmou.

Pouco antes, o paraninfo da turma e ex-secretário-geral do Itamarty, Samuel Pinheiro Guimarães, havia ressaltado que o desafio da diplomacia regional neste momento é a crescente assimetria entre Brasil e seus vizinhos.

O ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, disse também, em discurso, que os diplomatas brasileiros precisam ser mais "sul-americanos" e "multipolares".

Ao falar da relação estratégica com a Ásia, Dilma afirmou que o Brasil é e continuará sendo um grande fornecedor de commodities. "Eu asseguro a vocês que será um grande fornecedor de manufaturas", disse.

Ao falar da mudança nas relações com Europa e Estados Unidos, Dilma ressaltou o papel de importância conquistado pelo Brasil. "É inimaginável que hoje nós não estejamos sentados na mesa de negociações".

DESENVOLVIMENTO

A presidente afirmou também que o respeito adquirido pelo Brasil no mundo atual se deve a conquistas internas, como estabilidade econômica e melhorias sociais.

"Nós somos, hoje, e isso é algo extremamente volátil, a sexta potência. Mas não é isso que importa. O que importa é que nós sejamos, do ponto de vista do nosso país, do ponto de vista da nossa população, de fato, a sexta economia em matéria de renda per capita e de acesso à educação e aos serviços públicos de qualidade", disse ela. A presidente afirmou ainda que ciência, tecnologia e inovação são "o grande motor" para mudar o país.

"Num mundo em que a saída da crise tem levado à perda de direitos, à precarização do trabalho, e a imensas chagas sociais, o Brasil corre em trilha completa e totalmente diferente."

ECONOMIA E ÉTICA

A presidente aproveitou para voltar a defender a indústria nacional e.

"É esse país que não vai deixar a sua indústria, que é uma indústria razoavelmente complexa, ser sucateada por nenhum processo de desvalorização de moedas nem por guerras comerciais que utilizam métodos, eu diria assim, não muito éticos".

Segundo ela, o desenvolvimento do país depende de uma equação entre taxa de juros, câmbio e carga tributária. Ela defendeu ainda a educação de qualidade como "o caminho" para o Brasil.
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