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Notícias / Meio Ambiente

Rio Preto, SP, possui sistema de coleta de óleo de cozinha usado

Terra

Na atualidade ações sustentáveis estão sendo cada vez mais frequentes em todo o país. Em São José do Rio Preto (SP) uma forma sustentável está motivando a população a não descartar óleo de cozinha usado no meio ambiente.
O biólogo Arif Cais explica que no momento, é fundamental usar recursos da natureza sem acabar ou prejudicar esses recursos. “Precisamos usar o que a natureza nos passa de uma maneira parcimoniosa, para que as gerações futuras possam desfrutar de um meio ambiente saudável. Desta forma a reutilização e recuperação de materiais é sempre muito bom”, ressalta.

Por ser um material muito utilizado, o óleo deve ser preservado sempre. “O óleo, seja de cozinha, automotivo ou de uso industrial, pode ser recuperado através de tecnologias simples. Esta ação em termos de economia ambiental é reconhecidamente muito valiosa e ainda gera renda e empregos novos”, explica.

Os impactos ambientais do contato do óleo no ambiente são devastadoras conta o biólogo. “Uma gota de óleo é capaz de poluir 1 metro cúbico de água, ou seja, mil litros. Assim reservatórios como a represa municipal da nossa cidade estão sujeitos a uma enorme agressão. Alguns acidentes já foram relatados e carregaram para o corpo d’ água quantidades de óleo ou piche que vieram a poluí-la.

Arif explica que situações semelhantes já aconteceram em outros estados. “Na cidade de Uberaba (MG), já aconteceu algo semelhante ao que ocorreu com nossa represa, quando um trem descarrilou levando grande quantidade de combustível para a represa que abastece a cidade, privando-a de sua utilização por um longo período.
Para que situações como a registrada em Minas Gerais não aconteçam, os biólogos da cidade lutam para que os trilhos do trem no centro da cidade e das margens da represa seja retirados. “Com esse contato dos trens às proximidades da nossa represa, há um perigo diário e quase invisível, onde gotas de óleo e combustíveis que pingam no leito da BR-153 às margens da represa e acabam sendo levados para o seu interior. Vale ressaltar que 40% da população de Rio Preto usa a água da represa”, diz Arif.

O biólogo explica que o piche, a gasolina e o óleo combustível sofrem reações e evaporam, se dissolvendo no meio ambiente. “A poluição desses materiais, assim como o óleo de cozinha, produz um filtro sobre o corpo d’ água aumentando a sua temperatura e impedindo as trocas gasosas. Isso afeta diretamente a vida aquática, podendo levar inclusive na morte de plantas e animais ou interferir no processo e reprodução dessas espécies”, relata.
Os postos de gasolina segundo Arif são dotados de equipamentos que impedem o fluxo de óleos e graxas para os mananciais da cidade. “Já os óleos de cozinha velho, já usado em frituras ou restos de gordura animal que não são mais utilizados, devem ser armazenados em recipientes plásticos ou de vidro e levados para reciclagem ou à um posto de coleta”, explica.

Em Rio Preto, a população pode contar com a Cooperativa de Coleta Seletiva (Cooperlagos) para coletar os óleos de cozinha que já não são utilizados. Uma das funcionárias do local, Tereza Marta Pagliotto, diz que a ação é realizada de porta em porta. “Alguns bairros da cidade, cerca de 30%, recebem a visita do pessoa que recolhe o óleo de porta em porta, temos também as empresas ou condomínios que fazem parceria e entregam o óleo para a gente”, diz.
No caso dos locais que não são visitados pelas equipes da Cooperlagos, existem Pontos e Apoio (PA), para a coleta de materiais que antes seriam descartados no meio ambiente. Eles são localizados nos Bairros São Francisco, Jardim Soraya, Jardim Yolanda, Castelinho, São José do Rio Preto I, João Paulo II, Jardim Nazaré, Conceição, Parque das flores, Jardim Antunes, Santo Antonio, Jardim Nunes, Cidadania, Solo Sagrado, Atlântico, Residencial Gabriela e Ana Célia além da faculdade UNESP.

Segundo Tereza, cerca de 500 litros mensais de óleo de cozinha são recolhidos mensalmente pela cooperativa. “Esse número é tímido por isso é importante que cada um faça a sua coleta e encaminhe para a gente, depois de recolhido, esse material é comercializado para empresas que trabalham na industrialização de biodiesel ou de sabão”, explica.
Caso ache melhor levar o material coletado até a sede da Cooperlagos, ela fica localizada na Avenida Dr. Cenobelino de Barros Serra, nº 1580, no Parque Industrial. Lá os funcionários ficam sempre de prontidão para o caso de doações de materiais não utilizados.

Outra ação

Alguns dos supermercados da cidade também realizam a coleta de óleos de cozinha usados. Em uma rede de supermercado em Rio Preto, Aline dos Santos, uma das funcionárias explica como é possível colaborar. “A cada duas garrafas pets de dois litros cheias de óleo usado, um litro do produto novo é doada, independente de marca, chegou trocou e levou”, diz.

Eles ficam localizados na Avenida Nossa Senhora da Paz, nº 1095 no Bairro Jardim Alto Alegre; na Rua Silva Jardim, nº 2073 no Bairro Parque Industrial e na Avenida dos Estudantes nº 2614 no Bairro Vila Aerporto.
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