Um instituto criado e desenvolvido em Mato Grosso para garantir a responsabilidade social na produção de algodão. Esse é o Instituto Algodão Social, IAS, fundado em 2005 e que deve virar modelo para a criação de um instituto nacional. “A Abrapa sinalizou interesse em criar um instituto brasileiro baseado no nosso”, é o que diz Félix Balaniuc, diretor executivo do IAS.

O instituto foi criado pela Associação Mato-grossense de Produtores de Algodão, AMPA, com o intuito de orientar o produtor sobre como se adequar às normas legais de responsabilidade social. Félix conta que, no ano seguinte, em 2006, os compradores de algodão começaram a exigir uma certificação social do algodão que estavam adquirindo.

Em 2007, já com parceria da ABNT, Associação Brasileira de Normas Técnicas, o IAS passou a emitir o Selo de Conformidade Social, que informa a origem do produto cultivado e atesta o respeito aos trabalhadores do campo.

Com a certificação, o algodão mato-grossense passou a atender a exigência dos consumidores conscientes e também do mercado internacional. “É um trabalho pioneiro”, conta Félix, explicando que ainda não existe hoje nenhum outro instituto do tipo no país. E, como a experiência deu muito certo no Estado, a Associação Brasileira dos Produtores de Algodão, Abrapa, quer criar algo nos mesmos moldes que englobe todo o país.

Hoje, cerca de 85% dos produtores de algodão do Estado aderem à certificação do IAS. O restante, segundo o diretor executivo, não aderem porque são muito pequenos ou porque usam certificações paralelas. Existem quatro equipes de análise do Instituto, mais profissionais de Recursos Humanos e técnicos de segurança do trabalho. As equipes visitam fazenda por fazenda para emitir as certificações. Além das visitas, o IAS também atua com cursos de orientação sobre rotinas trabalhistas e normas de segurança nas cidades-pólos das regiões algodoeiras.

“A Ampa, ao criar o Instituto, criou um exemplo para o Brasil”, diz Félix.