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Membros da Fifa receberam US$ 15,5 mi da ISL, aponta relatório

Terra

De acordo com relatório do Conselho da Europa, dois altos executivos da Fifa receberam pagamentos de cerca de US$ 15,5 milhões da ISL, empresa de marketing esportivo já extinta que negociava os direitos de transmissão da Copa do Mundo. Segundo informações do Bloomberg, site especializado em mercado financeiro, os membros da entidade que aceitaram os valores não foram identificados.

O relatório é assinado pelo francês François Rochebloine, membro do Conselho. Ele escreveu no documento que "uma vez que a Fifa estava ciente de somas significativas pagas a seus oficiais, é difícil imaginar que Sr. Blatter não teria conhecimento sobre isso", apesar de ponderar que mesmo assim o presidente da Fifa pode não estar diretamente envolvido.

Além de negociar os direitos da Copa, a ISL fez investimentos em Grêmio e Flamengo na virada do século XXI, A empresa ainda organizou com a Traffic a disputa do Mundial de Clubes de 2000, disputado no Brasil e que teve o Corinthians como campeão.

A Fifa teria documentos que comprovam a ligação da ISL com membros da entidade. De acordo com a emissora britânica BBC, a abertura do caso mostraria que o ex-presidente da Fifa, João Havelange, e o ex-presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Ricardo Teixeira, receberam propina na negociação dos direitos de transmissão da Copa do Mundo. Ambos negam as acusações.

A divulgação dos documentos passa por ação do juiz suíço Thomas Hildebrand, que participou da investigação do Conselho da Europa. O magistrado teria afirmado a Rochebloine que os pagamentos atingem a própria Fifa, já que os valores se dirigiriam para a entidade.

Hildebrand teria declarado que os pagamentos serviam como uma comissão para que os membros da Fifa influenciassem nos contratos de transmissão. Um dirigente sul-americano identificado somente como "H" teria recebido entre 1992 e 1997 e entre 1998 e 2000 valores superiores a 12,5 milhões de francos suíços (cerca de R$ 25,7 milhões). Outro membro da Fifa citado como "E" teria aceitado propinas de cerca de 1,5 milhão de francos suíços (cerca de R$ 3 milhões) entre 1997 e 2000.
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